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32 mil toneladas de cebola vão para o lixo

A frustração com os prejuízos da última safra deve levar à diminuição de 30% na área cultivada com cebola em São José do Norte, maior produtor do Estado


Publicado em: 24/03/2014 às 15:40hs

32 mil toneladas de cebola vão para o lixo

A redução deve ter impacto no preço ao consumidor a partir de maio o plantio começa em abril e é reflexo direto do excesso de chuva em outubro de 2013 e, principalmente, das altas temperaturas registrados entre janeiro e fevereiro deste ano. Há casos em que a onda de calor dizimou, até 90% de algumas áreas.

São José do Norte é responsável por 40% da produção do Estado. Outros 20% vêm de localidades do litoral sul, como Rio Grande, Mostardas e Tavares – nesta última, também houve prejuízo, que foi de quase 80%. O restante sai principalmente da Serra.

De acordo com a Emater, o calor ocasionou perdas em diferentes regiões e culturas, mas em nenhuma plantação o resultado deve ter tanta influência no plantio da próxima safra quanto na cebola.

ABASTECIMENTO GARANTIDO POR OUTROS FORNECEDORES

Como a cultura é uma das mais importantes em São José do Norte, a prefeitura decretou situação de emergência. Os produtores tiveram de jogar fora 32 mil toneladas do produto (equivalente a 61% da produção), o que já afeta a economia do município. Sem ter o que vender, os agricultores afirmam que não devem conseguir honrar o pagamento das dívidas dos financiamentos contratados no ano passado – e que começam a vencer em breve.

De acordo com o Secretário de Agricultura e Pesca de São José do Norte, Umberto Pinheiro, os mercados não ficaram desabastecidos de cebola porque há outros centros de produção no Estado e fora dele – como Santa Catarina e Argentina. Mas os preços, garante, devem começar a subir a partir de maio.

- O mercado brasileiro vem sendo empurrado pelo excesso de produção desde agosto passado. Isso só não se tornou mais expressivo porque São José do Norte teve essa quebra. Com isso, deixa de girar no município em torno de R$ 20 milhões, entre arrecadação de impostos e dinheiro que o produtor teria em mãos – lamenta Pinheiro.

PREJUÍZOS NO SETOR

ALFACE

- 80% da área foi afetada na região metropolitana da Capital

TOMATE

- 50% de perda também na Região Metropolitana

AGRIÃO

- Prejuízo entre 80% e 90% da área plantada, em Viamão

EM BUSCA DE AJUDA

- Os agricultores tentam com o Ministério de Desenvolvimento Agrário desconto de 60% no pagamento da dívida para quem puder fazê-lo à vista.

- Quem optar pelo parcelamento do saldo do financiamento está solicitando prazo maior e um ano de carência.

- A intenção dos produtores é conseguir fazer com que as dívidas não impeçam a solicitação de crédito no próximo ano.

- Para quem usou recursos próprios, o pedido é de apoio, como fornecimento de insumos.

Fonte: Zero Hora

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