Segundo o IBGE, o estado de São Paulo, na região Sudeste, é responsável por 75% da área total cultivada no País. No Nordeste, os principais estados produtores são Bahia, Sergipe, Paraíba e Ceará.

Os estados do Maranhão e Piauí, que formam a região Meio-Norte do Brasil, possuem pouca tradição com o cultivo do amendoim. No Maranhão, a área cultivada anualmente com amendoim contribui com um pequeno percentual entre as lavouras convencionais (apenas 98,5 hectares), enquanto que, no estado do Piauí, esta área não chega a 10 hectares (IBGE, 2009), o que é insignificante, no contexto do agronegócio do amendoim. Contudo, devido às peculiaridades de solo e clima, esses estados apresentam grande potencial para incremento da área cultivada.

Com um mercado regional bastante amplo e uma demanda crescente por tecnologia, a Embrapa tem investido no melhoramento do amendoim há mais de duas décadas, e lançado cultivares de elevada produtividade e adaptação ao semi-árido nordestino. A Embrapa tem desenvolvido por meio de cruzamentos, uma série de linhagens avançadas de amendoim, visando identificar as de maior adaptação e produtividade, cujo manejo possa ser indicado para ambientes com pouca disponibilidade hídrica. Na última década três cultivares de amendoim foram lançadas pela Embrapa para o mercado de alimentos. As cultivares BR1, BR 157 L 7 e BRS Havana, sendo as duas primeiras de película vermelha e, a terceira, de película bege. As cultivares apresentam ciclo de 85 dias. São precoces, com estabilidade de produção e ampla adaptabilidade a diferentes ambientes. O rendimento médio em casca dessas cultivares está acima de três mil quilos por hectare, o que segundo o IBGE, encontra-se em 30 % superior a média encontrada no Brasil.

Um dos primeiros trabalhos desenvolvidos para a cultura do amendoim na região Meio-Norte do Brasil foi realizado em 1981, no estado do Piauí, com 85 genótipos portadores de ciclos que variavam de 100 a 140 dias, cujas médias de produtividade em casca alcançavam até 2 200 kg ha-1. Em 2009 as cultivares BR1, BR 157 L 7 e BRS Havana foram avaliadas no Semi-árido do Piauí e na região Leste Maranhense, apresentando produtividades em casca superior a 3.300 kg ha-1. Estes resultados indicam que as cultivares podem ser plantadas em regiões com baixa disponibilidade hídrica, como o semi-árido do Piauí, ressaltando, que apesar da característica de resistência à seca, o amendoim é uma planta que necessita de bom suprimento de água para atingir a sua máxima produtividade, e que, mesmo em condições de baixa disponibilidade hídrica, uma boa distribuição pluvial no ciclo da cultura, favorece a altos rendimentos.

Além das cultivares para alimentação e indústria de doces, o programa de melhoramento prevê o desenvolvimento de nova cultivares, com teor de óleo em torno de 50%, com aptidão para produção de bicombustível.

José Oscar Lustosa de Oliveira Júnior
Pesquisador A – Embrapa Meio-Norte