Publicado em: 13/08/2014 às 18:50hs
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima nesta terça-feira (12/08) as estimativas para a produção global de milho e trigo na safra 2014/15, e promoveu uma ligeira redução na projeção para a soja. No caso do milho, o otimismo com as lavouras americanas levou o órgão a prever um novo recorde para o grão.
Milho - O USDA elevou em 0,45% a perspectiva para a safra mundial de milho em 2014/15, em relação ao que esperava em julho, para 985,39 milhões de toneladas — e já acima das 984,37 milhões de toneladas do ciclo passado. A expectativa é que a safra americana da commodity (que começa a ser colhida dentro de alguns dias) alcance o patamar recorde de 356,43 milhões de toneladas, 1,2% acima do estimado no mês passado.
Ainda maior - Analistas consultados pelo The Wall Street Journal, entretanto, previam uma elevação ainda maior, para pouco mais de 361 milhões de toneladas, em média. Mas o volume é superior às 353,72 milhões de toneladas de 2013/14. Já a projeção para as exportações de milho pelos EUA ficou praticamente estável, a 43,82 milhões de toneladas.
Estoques globais - A estimativa para os estoques globais de milho, por outro lado, foi revista para baixo, de 188,05 milhões para 187,82 milhões de toneladas. A mudança é explicada por reajustes nos estoques iniciais e na demanda, projetados agora em 171,09 milhões e 968,67 milhões de toneladas, respectivamente.
Brasil - Para o Brasil, o USDA manteve a perspectiva de colheita de milho em 74 milhões de toneladas em 2014/15, 5% abaixo das 78 milhões de toneladas da temporada anterior. No entanto, os números ainda podem mudar bastante, tendo em vista que o plantio da nova safra no país terá início apenas em setembro. Por ora, o órgão calcula que as exportações brasileiras do grão totalizarão 20 milhões de toneladas, ante 20,5 milhões em 2013/14.
Trigo - O USDA ficou mais otimista também em relação à colheita mundial de trigo, cuja previsão foi elevada em 1,55%, para 716,09 milhões de toneladas. O clima favorável nos EUA foi determinante para a revisão. A estimativa para a produção americana do cereal cresceu 1,9% entre julho e agosto, para 55,24 milhões de toneladas — acima das projeções dos analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, que estimavam, em média, 54,78 milhões de toneladas.
Incrementos - Além dos EUA, países como China, Rússia e Ucrânia devem registrar incrementos em sua colheita, o que levou o USDA a revisar para cima a estimativa para os estoques finais da safra 2014/15 a 192,96 milhões de toneladas, ante as 189,54 milhões de toneladas projetadas no relatório de julho.
Soja - Quanto à soja, a expectativa do USDA é que a colheita global alcance 304,69 milhões de toneladas, 100 mil a menos que o previsto em julho e volume 7,3% superior ao calculado para o ciclo 2013/14. Mais uma vez, a produção tende a ser liderada pelos EUA, país para o qual o volume esperado, recorde, foi elevado em 430 mil toneladas, para 103,85 milhões — 16% mais que na temporada passada. Com isso, os estoques finais do país foram corrigidos para 11,71 milhões de toneladas, quase três vezes superiores aos estimados para 31 de agosto deste ano.
Segundo lugar - O Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial da produção de soja e onde a semeadura da safra 2014/15 terá início em meados de setembro, deverá colher 91 milhões de toneladas, conforme o USDA. Se confirmado, o volume será 4% superior ao de 2013/14, que já representou um novo recorde histórico. A projeção do órgão para o total a ser produzido na Argentina também foi mantido, em 54 milhões de toneladas.
Exportação - Líder na exportação do grão em 2013/14, o Brasil deverá ser superado pelos EUA em 2014/15, conforme o cenário traçado pelo USDA. Impulsionado pelo forte aumento da produção, os americanos poderão embarcar 45,59 milhões de toneladas em 2014/15, 2,2% mais que na temporada passada, enquanto as exportações brasileiras estão dimensionadas em 45 milhões de toneladas, 2,8% menos em igual comparação.
Importações chinesas - O USDA também não alterou sua previsão para as importações chinesas de soja em grão, avaliadas em 73 milhões de toneladas em 2014/15 (66% do total global), 4 milhões a mais que na temporada passada.
Fonte: Ocepar
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