Milho e Sorgo

Sorgo ganha força na safrinha e se consolida como aposta de rentabilidade

Cultura se destaca pela resiliência climática e estabilidade produtiva


Publicado em: 08/09/2025 às 09:00hs

Sorgo ganha força na safrinha e se consolida como aposta de rentabilidade
Foto: Flavio Tardin

Antes visto como opção secundária, o sorgo tem conquistado espaço na segunda safra brasileira e se transformado em uma atividade lucrativa para os produtores. Com menor exigência de água e alta adaptação a diferentes condições climáticas, a cultura mantém boa produtividade mesmo em plantios tardios, após fevereiro — período em que o milho tende a registrar perdas de rendimento, segundo a consultoria Céleres.

Produção cresce quase 35% e bate recorde em 2024/25

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção nacional de sorgo alcançou 5,96 milhões de toneladas na safra 2024/2025, um crescimento de 34,8% em relação ao ciclo anterior. O resultado é reflexo tanto da expansão da área plantada, que aumentou 9,6% e chegou a 1,59 milhão de hectares, quanto da elevação de 23% na produtividade média, que atingiu 3.731 kg/ha.

Segurança para o produtor e previsibilidade na colheita

Para Hudslon Huber, gerente sênior de efetividade e go to market da ORÍGEO (joint venture entre Bunge e UPL), o avanço do sorgo traz mais estabilidade ao planejamento agrícola.

“O produtor tem mais segurança e previsibilidade na hora de fechar a safra. O sorgo mantém produtividade mesmo quando plantado mais tarde e demanda menos água, reduzindo riscos de perdas com clima adverso”, afirma.

Demanda por biocombustíveis impulsiona valorização do grão

Outro fator que fortalece a expansão do sorgo é sua valorização no mercado interno, aliada à alta demanda por biocombustíveis. A recém-aprovada Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024) deve ampliar os investimentos no setor e aumentar a procura por grãos como milho e sorgo.

A consultoria Céleres projeta que, até 2034, o consumo adicional para biocombustíveis exigirá 22,1 milhões de toneladas de milho e sorgo, além de cerca de 2,6 milhões de hectares extras de área cultivada.

“Esse potencial confirma a relevância crescente do sorgo no Brasil, unindo agricultura e produção de energia, com ganhos para toda a cadeia produtiva”, ressalta Huber.

Tecnologia e integração fortalecem a cultura do sorgo

Além dos ganhos econômicos, o sorgo também se beneficia de inovações tecnológicas. Um exemplo é a semente ADV 1151 IG, desenvolvida pela Advanta e comercializada pela ORÍGEO, que apresenta tolerância aos herbicidas imidazolinonas e pode ser cultivada junto à braquiária.

“O sistema consorciado aumenta a fertilidade do solo, protege contra erosões, gera alimento para o rebanho no período de seca e auxilia no controle de plantas daninhas, especialmente quando o sorgo é plantado após a soja. É uma solução que favorece a integração lavoura-pecuária de forma eficiente”, destaca o especialista.

Fonte: Portal do Agronegócio

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