Publicado em: 20/08/2024 às 10:55hs
A segunda semana de monitoramento da cigarrinha-do-milho durante a safra 2024/25 em Santa Catarina registrou uma média de apenas quatro insetos capturados por armadilha, conforme informado por Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Epagri. Essa baixa incidência foi observada em armadilhas que permaneceram por sete dias em áreas destinadas ao plantio do milho na próxima safra, que terá início em setembro.
Embora o milho ainda esteja na entressafra no estado, o monitoramento da cigarrinha já está em andamento e segue em sua segunda semana, com a previsão de se estender por 40 semanas. Ao longo desse período, 60 lavouras em diferentes regiões produtoras de Santa Catarina serão monitoradas. A cigarrinha-do-milho é reconhecida como o principal vetor das doenças do complexo do enfezamento, que podem comprometer significativamente a produção do grão.
Para acompanhar a presença desse inseto nas lavouras catarinenses e avaliar sua infectividade, foi implementado o programa Monitora Milho SC. Este programa é uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, criado no início de 2021, e conta com a participação de instituições como Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.
A média de cigarrinhas capturadas na segunda semana manteve-se a mesma da primeira, indicando a presença do inseto mesmo durante a entressafra, mas em níveis baixos. Maria Cristina observa que, além da baixa incidência, as análises revelaram pouca infectividade natural nas cigarrinhas capturadas.
Durante o monitoramento, foram encontrados insetos infectados com o fitoplasma do enfezamento vermelho nas regiões de Guaraciaba e Tunápolis, enquanto o vírus do raiado fino foi identificado apenas em Tunápolis. Nenhum caso de infecção pelo espiroplasma do enfezamento pálido ou pelo vírus do mosaico estriado foi registrado.
Maria Cristina comemorou a baixa infectividade das cigarrinhas, mas alertou para a necessidade de eliminar as plantas de milho voluntário, aquelas que surgem espontaneamente nas lavouras. "Essas plantas servem como abrigo para as cigarrinhas, que podem migrar para as lavouras comerciais durante a safra," explicou a pesquisadora.
Ela também recomendou que os produtores adotem práticas de manejo adequadas durante o período inicial das lavouras, incluindo o uso de variedades de milho tolerantes às doenças, sementes tratadas com inseticidas e a aplicação de inseticidas logo no início do cultivo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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