Milho e Sorgo

Safra de milho avança no Brasil, mas mercado enfrenta travamento e preços pressionados

Colheita da segunda safra chega a quase totalidade no Paraná e Mato Grosso do Sul


Publicado em: 12/09/2025 às 11:10hs

Safra de milho avança no Brasil, mas mercado enfrenta travamento e preços pressionados

O plantio da nova safra de milho nas principais regiões do Brasil segue em ritmo satisfatório, apesar de desafios climáticos e da oferta limitada no mercado. No Paraná, a colheita da segunda safra já cobre 95% da área, com produção estimada em recorde de 17,06 milhões de toneladas. No entanto, a comercialização permanece restrita, com apenas 25% da safra negociada até o momento, devido à diferença entre preços pedidos e ofertas. O plantio da primeira safra 2025/26 avança em 9% da área prevista, com lavouras em boas condições iniciais, e novos investimentos em etanol de milho prometem fortalecer o estado como polo do setor.

Em Mato Grosso do Sul, a segunda safra também atinge 95% da área plantada, mas registros de perdas climáticas atingem 20% da lavoura, com prejuízos estimados em R$ 1,8 bilhão. A produtividade média projetada é de 80 sacas por hectare, com preços entre R$ 45,00 e R$ 53,00 por saca. Muitos produtores têm optado por armazenagem, enquanto alternativas como sorgo e braquiária ganham espaço no mercado.

Santa Catarina registra desempenho misto e relevância para a pecuária

Em Santa Catarina, o clima favoreceu o início da nova safra após perdas no Oeste do estado, onde a produção totalizou 2,7 milhões de toneladas, com rendimento médio recorde de 9,35 toneladas por hectare. O mercado local segue travado, com produtores retendo estoques e mais de 30% da segunda safra destinada à silagem, destacando a importância do milho para a pecuária. A menor oferta pressiona o custo da ração de aves e suínos, impactando o setor de proteína animal.

Preços do milho em baixa no mercado futuro brasileiro

O mercado futuro de milho no Brasil encerrou a quarta-feira em baixa, refletindo a expectativa de aumento da produção nacional. De acordo com a TF Agroeconômica, o recuo nas cotações ocorreu após ajustes da Conab, que elevaram a estimativa de produção da safrinha e os estoques finais do país.

Na B3, os contratos registraram:

  • Setembro/25: R$ 65,19 (-R$ 0,18 no dia; -R$ 0,20 na semana)
  • Novembro/25: R$ 67,96 (-R$ 0,14 no dia; -R$ 0,66 na semana)
  • Janeiro/26: R$ 70,93 (-R$ 0,31 no dia; -R$ 0,71 na semana)
Mercado internacional e expectativa do USDA influenciam cotações

Nos Estados Unidos, o milho negociado na CBOT apresentou leve alta, com investidores cobrindo posições vendidas antes do relatório de Oferta e Demanda do USDA (WASDE), previsto para divulgação nesta sexta-feira. O contrato de dezembro fechou a $ 419,75 cents/bushel (+0,66%) e o de março a $ 437,50 cents/bushel (+0,69%).

O USDA deve reduzir a previsão recorde de produtividade divulgada em agosto, ajustando a produção americana para 419 milhões de toneladas, uma redução de 6 milhões. Apesar da correção, o volume permanece histórico, e a demanda segue aquecida, com 22 milhões de toneladas já negociadas para exportação da safra 25/26, das 71 milhões previstas.

Cenário volátil exige atenção de produtores e traders

A combinação entre a produção doméstica no Brasil e as expectativas de ajustes nos Estados Unidos mantém o mercado global de milho volátil. Produtores e traders devem acompanhar de perto os próximos movimentos de preços, já que oferta e demanda continuam em constante ajuste.

Fonte: Portal do Agronegócio

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