Publicado em: 19/05/2025 às 10:40hs
A seguir, confira os principais destaques que explicam o atual momento do setor:
De acordo com a consultoria TF Agroeconômica, o milho tem registrado forte recuo nos preços, reflexo de uma ampla oferta no mercado. Dados do Cepea apontam uma queda de 0,19% no dia e de 8,99% no mês. O movimento de baixa também se repete na Bolsa de Valores (B3), onde os contratos futuros vêm acumulando perdas. A recomendação da TF é que os produtores fixem os preços o quanto antes, especialmente antes da intensificação da colheita em julho, período sazonalmente marcado por mais pressão sobre os valores. Segundo a consultoria, quem seguiu essa orientação antecipadamente já obteve ganhos de até R$ 14,00 por saca.
Entre os poucos fatores que podem ajudar a conter as quedas, está a valorização dos preços das proteínas animais no Brasil — com alta de 6,14% no frango e de 10,06% no suíno no ano —, o que pode impulsionar a demanda interna por ração. No entanto, o aumento da estimativa de safra divulgado pela Conab, que elevou a produção brasileira de milho de 124,74 para 126,88 milhões de toneladas, segue pesando negativamente sobre o mercado.
Os contratos futuros de milho encerraram a semana em baixa na B3, pressionados principalmente pela revisão para cima da produção nacional e por problemas sanitários que impactam a demanda. A confirmação de um caso de gripe aviária no Sul do Brasil levou a China, que representa 10,8% do mercado de frango brasileiro, a suspender temporariamente as importações, movimento seguido por outros países. Como o milho é insumo fundamental na ração de aves, a notícia gerou receios sobre a retração da demanda da avicultura.
Na B3, o contrato para julho de 2025 fechou a R$ 62,01, com queda de R$ 0,46 no dia e de R$ 2,16 na semana. Já o contrato de setembro recuou para R$ 67,15. O indicador Cepea também registrou retração semanal de 0,19%. No mercado internacional, a Bolsa de Chicago (CBOT) fechou a semana com perdas ainda mais expressivas: a cotação de julho caiu 1,11% no dia e acumulou recuo de 6,25% na semana, atingindo US$ 443,50 por bushel. A rápida evolução do plantio nos Estados Unidos, aliada às boas expectativas para as safras na América do Sul e à concorrência com o trigo mais barato, contribuem para o cenário negativo.
Mesmo com os preços em queda, o mercado físico segue travado em diversas regiões do Brasil. No Rio Grande do Sul, a oferta está concentrada nas mãos de produtores mais capitalizados, o que dificulta as compras por parte da indústria. Os preços no interior variam entre R$ 66,00 e R$ 70,00 por saca, enquanto as fábricas já se anteciparam para garantir o abastecimento de maio e agora planejam os próximos meses.
Em Santa Catarina, a discrepância entre pedidas e ofertas mantém o mercado estagnado. No Planalto Norte, produtores pedem R$ 82,00 por saca, mas as ofertas não ultrapassam R$ 79,00. Apesar disso, a produtividade surpreendeu positivamente, com rendimento médio de 9.717 kg/ha — a maior da história do estado — e picos acima de 13.000 kg/ha em algumas áreas do Meio-Oeste. Com o avanço da colheita, espera-se que mais volumes entrem no mercado, favorecendo as negociações.
No Paraná, o ritmo das negociações continua lento. Houve queda para R$ 57,00 em Ubiratã, enquanto Castro viu os preços subirem para R$ 70,00. Nos Campos Gerais, o milho disponível atinge até R$ 76,00 FOB. A expectativa é que o fim da colheita da soja impulsione as transações com milho e aumente a oferta.
Já no Mato Grosso do Sul, a proximidade da colheita da segunda safra pressiona os preços, com várias praças apresentando queda. Em Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste, a saca é negociada a R$ 56,00, enquanto em Dourados, Campo Grande e Caarapó o valor permanece em R$ 60,00.
O mercado do milho enfrenta um cenário desafiador, com excesso de oferta, incertezas na demanda e impacto de fatores sanitários e comerciais. A expectativa é que a intensificação da colheita em julho traga ainda mais pressão sobre os preços, exigindo cautela e estratégia dos produtores para minimizar perdas e aproveitar janelas mais favoráveis de negociação.
Fonte: Portal do Agronegócio
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