Publicado em: 06/11/2013 às 16:50hs
Depois de desenhar um cenário ao cultivo do cereal no Estado no mês passado, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), estima que a oferta no novo ciclo deve recuar em cerca de 6,2 milhões de toneladas (t), um reflexo imediato dos preços baixos e do custo elevado.
Na safra passada, o Estado colheu 22,53 milhões t, volume inédito e que surpreendeu os próprios produtores. Para o próximo ano a perspectiva é de que a oferta chegue a 16,34 milhões t, ou seja, recuo de pouco mais de 6,2 milhões t de um ciclo para o outro.
Conforme o Imea, no seu Boletim Semanal do Milho, o atual cenário brasileiro de baixas cotações ao cereal neste ano resultará em uma oferta nacional menor no próximo ano. “Inicialmente, a Companhia Nacional de Abastecimento {Conab} prevê que a produção brasileira caia entre 1,7% e 3,2%, com volumes próximos a 79 milhões de toneladas na safra 2013/14. Os principais produtores nacionais, Paraná e Mato Grosso, influenciarão neste recuo. A Companhia estima que a produção do Paraná caia, em média, 857 mil toneladas em 2014. Já Mato Grosso, segundo o Imea, deverá reduzir sua produção em 6,2 milhões de toneladas, com um provável recuo no uso de tecnologia e área de semeadura”.
Entretanto, como destaca o Instituto, devido aos estoques iniciais recordes, a safra 2013/14 brasileira terá ainda altos estoques de passagem o que deve manter a pressão negativa sobre as cotações por algum tempo e impactar diretamente na safra que ainda nem foi plantada. Em Mato Grosso, o milho é a cultura preferida para formação da safrinha. Para isso, na medida em que se colhe a soja a partir de meados de janeiro, se planta o cereal, cuja janela ideal segue até o final de fevereiro.
A maioria dos produtores ainda não comprou os insumos para a próxima temporada e tão pouco comercializou a lavoura de forma antecipada. Ao contrário do ano passado quando os futuros estavam sendo travados de maneira inédita para o período, com meses de antecedência ao plantio, até agora o Imea não registrou negócios. “Os atuais patamares baixistas nas cotações do milho registradas no mercado internacional, em curto prazo, refletem a expectativa de boa produtividade para a safra 2013/14 do milho norte-americano. A colheita realizada já em 59% das lavouras do cereal colhidas por lá e isso pressiona ainda mais as cotações no mercado internacional, influenciando também as cotações internas do cereal. Produtores brasileiros, diante deste cenário baixista, devem ficar atentos para aproveitar as oportunidades que surgirem, como os altos preços dos prêmios nos portos, registrados atualmente próximos a US$ 0,45/bushel em Paranaguá para dezembro/13, levando a crer que a demanda pelo milho brasileiro continua firme no mercado externo”.
Cotações – Conforme o Imea, o mês de outubro encerrou com média de R$ 10,43 a saca no Estado, semelhante à média de setembro em R$ 10,47/sc. Durante a última semana de outubro as cotações apresentaram-se levemente abaixo das registradas na semana anterior. Todavia, o milho fechou a sexta-feira a R$ 10,98/sc, com recuperação semanal de 1,6%.
“As cotações do cereal continuam com grandes disparidades ante o mesmo período do ano passado, quando o preço girava em torno de R$ 18,10/sc, em outubro. Embora a Bolsa de Chicago tenha apresentado quedas durante toda a última semana, o preço estadual do milho aumentou R$ 0,50/sc, influenciado, dentre outras variáveis, pela alta semanal de 2,6% na cotação do dólar frente ao real. Sem previsões para o próximo leilão de Pepro de milho e com os produtores focados na semeadura de soja, o mercado do cereal encontra-se com poucas negociações”.
Fonte: Diário de Cuiabá
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