Milho e Sorgo

Preço do milho sobe na maioria das regiões, mas mercado deve perder força até o fim do ano

Alta é sustentada por câmbio e cautela dos produtores, mas analistas preveem desaceleração nas próximas semanas


Publicado em: 12/12/2025 às 18:40hs

Preço do milho sobe na maioria das regiões, mas mercado deve perder força até o fim do ano

O mercado brasileiro de milho registrou valorização na maioria das praças de comercialização ao longo da semana, impulsionado por fatores como movimentos cambiais e restrição de oferta por parte dos produtores. No entanto, especialistas projetam que o ritmo de alta deve perder força até o final do ano, à medida que o mercado interno tende a se acomodar e as exportações estabilizam.

Alta nas cotações e comportamento regional do mercado

De acordo com levantamento da Safras Consultoria, os produtores demonstraram cautela nas vendas durante a semana, atentos às oscilações do dólar e às expectativas de chuvas em regiões afetadas pela estiagem, especialmente no Sul do país. As precipitações registradas também em São Paulo ajudaram a reduzir a pressão sobre o desenvolvimento da safra de verão, o que pode contribuir para maior equilíbrio entre oferta e demanda nas próximas semanas.

Apesar da alta em boa parte do país, o mercado paulista apresentou movimento contrário, com queda nas cotações. Segundo analistas, os consumidores locais recuaram nas compras após um período de forte demanda para atender às necessidades de fim de ano.

No porto, as cotações também avançaram, embora de forma moderada, refletindo o comportamento do mercado internacional e a volatilidade do câmbio.

Preços do milho no Brasil

O valor médio nacional da saca de milho foi cotado a R$ 67,34 no dia 11 de dezembro, alta de 0,75% em relação aos R$ 66,84 da semana anterior.

Confira a variação nas principais praças:

  • Cascavel (PR): R$ 65,00/saca (+1,56%)
  • Campinas/CIF (SP): R$ 74,00/saca (−1,33%)
  • Mogiana (SP): R$ 71,00/saca (+1,43%)
  • Rondonópolis (MT): R$ 64,00/saca (+3,23%)
  • Erechim (RS): R$ 70,00/saca (−1,41%)
  • Uberlândia (MG): R$ 65,00/saca (estável)
  • Rio Verde (GO): R$ 63,00/saca (+1,61%)

O levantamento mostra que o movimento de alta se concentra principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul, impulsionado pela demanda externa e pelo câmbio favorável.

Tendência de desaceleração até o fim do ano

Com a melhora das condições climáticas e o avanço do plantio da safra de verão, a expectativa dos analistas é de que o mercado perca fôlego nas próximas semanas.

Os negócios domésticos tendem a ficar mais arrastados, com menor liquidez e maior atenção às movimentações da moeda americana.

No cenário internacional, os investidores acompanharam o relatório de oferta e demanda de dezembro do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), que apontou estoques abaixo do esperado para a safra global de milho. O dado gerou volatilidade na Bolsa de Chicago (CBOT), mas não foi suficiente para impulsionar uma tendência de alta consistente.

Exportações de milho crescem em dezembro

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 1,728 milhão de toneladas de milho nos primeiros cinco dias úteis de dezembro, com receita de US$ 380,03 milhões e média diária de US$ 76,00 milhões.

O preço médio da tonelada exportada foi de US$ 219,90, registrando:

  • Alta de 74,8% no valor médio diário exportado,
  • Aumento de 70,2% na quantidade média diária embarcada, e
  • Valorização de 2,7% no preço médio em comparação com dezembro de 2024.

O desempenho confirma o bom ritmo das exportações brasileiras, sustentado pela demanda internacional firme e pela competitividade do milho nacional frente a outros grandes produtores.

Perspectivas para o mercado

A expectativa é de que o mercado interno entre em um período de acomodação de preços nas próximas semanas, à medida que o fluxo de exportações se estabiliza e o clima melhora nas principais regiões produtoras.

No médio prazo, a cotação do milho deve continuar influenciada pelo câmbio, pelo andamento da safra de verão e pelo comportamento dos preços internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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