Publicado em: 15/08/2025 às 11:30hs
O mercado de milho no Brasil segue sem avanços expressivos, com negociações travadas em alguns estados e leves variações nos preços em outros. A combinação entre custos de produção elevados, resistência de compradores e expectativas de safra recorde mantém a liquidez reduzida.
No Rio Grande do Sul, a oferta interna é limitada e voltada, principalmente, para pequenos consumidores, como granjas de ovos, e para o abastecimento doméstico, segundo a TF Agroeconômica.
As indicações de compra estão em R$ 65,00/saca em Santa Rosa e Ijuí, R$ 66,00 em Não-Me-Toque, R$ 67,00 em Marau, Gaurama e Seberi, e R$ 68,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro.
Para agosto, pedidos variam entre R$ 68,00 e R$ 70,00/saca no interior, enquanto no porto o preço futuro para fevereiro de 2026 é de R$ 70,00/saca.
Em Santa Catarina, o mercado permanece estagnado, com diferença significativa entre pedidas e ofertas.
Em Campos Novos, vendedores solicitam cerca de R$ 80,00/saca, enquanto compradores oferecem até R$ 70,00. No Planalto Norte, pedidos giram em torno de R$ 75,00 contra ofertas médias de R$ 71,00.
A dificuldade em concretizar negócios já leva alguns produtores a reduzir investimentos para a próxima safra.
No Paraná, a colheita de milho segue em ritmo acelerado e com pequenas altas regionais nos preços.
Produtores pedem valores próximos de R$ 73,00/saca FOB, chegando a R$ 75,00 em alguns casos, enquanto as ofertas CIF não ultrapassam R$ 70,00/saca.
Cotações regionais: Metropolitana de Curitiba R$ 66,90, Oeste Paranaense R$ 55,14, Norte Central Paranaense R$ 55,70 e Centro Oriental Paranaense R$ 57,19, variando entre R$ 54,00 e R$ 64,00/saca.
No Mato Grosso do Sul, o clima prejudicou a produtividade da safrinha e o mercado segue travado.
Negócios são pontuais, com preços entre R$ 44,00 e R$ 50,00/saca, mantendo estabilidade, mas sem perspectiva de retomada das negociações no curto prazo.
O milho encerrou a quinta-feira (14) em queda na B3, influenciado pela revisão positiva da produção feita pela Conab.
A estimativa para 2024/25 passou de 132 milhões para 137 milhões de toneladas, com o milho safrinha ajustado de 104 para 109 milhões de toneladas.
Analistas brasileiros projetam ainda números maiores, entre 112 e 115 milhões de toneladas, sustentados por bom clima e produtividade.
Na B3, setembro/25 fechou a R$ 64,51 (-R$ 0,34 no dia e -R$ 1,32 na semana), novembro/25 a R$ 66,81 (-R$ 0,16 no dia e -R$ 1,14 na semana) e janeiro/26 a R$ 70,09 (+R$ 0,09 no dia, mas -R$ 0,38 na semana).
Na Argentina, a Bolsa de Rosário projeta aumento de área de milho entre 15% e 20% para a temporada 2025/26, o que pode ampliar a competição no Cone Sul.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato setembro — referência para a safrinha brasileira — subiu 0,27% (US$ 1,00) e fechou a US$ 375,00/bushel, enquanto o dezembro permaneceu estável a US$ 397,25/bushel.
O avanço foi sustentado por um relatório positivo de vendas para exportação, apesar da estimativa de safra recorde nos Estados Unidos, projetada em 425 milhões de toneladas.
A meta americana de exportar 67 milhões de toneladas de milho exigirá embarques semanais médios de 1,4 milhão de toneladas, desafio que se soma ao aumento esperado da oferta no Brasil e na Argentina, reforçando um cenário de ampla disponibilidade global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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