Publicado em: 22/09/2025 às 11:10hs
Os preços do milho seguem sustentados no mercado doméstico, de acordo com levantamento do Cepea. Mesmo diante de boa oferta, vendedores adotam postura cautelosa, restringindo volumes e exigindo valores mais altos. Assim, compradores que necessitam do cereal encontram preços elevados.
Na parcial de setembro, até o dia 18, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) alcançou média de R$ 64,92 por saca de 60 kg, o maior patamar em três meses.
Depois de meses abaixo do esperado, as exportações brasileiras de milho voltaram a ganhar ritmo em setembro. Nos dez primeiros dias úteis do mês, foram embarcadas 3,05 milhões de toneladas, volume que já representa cerca de metade de todo o registrado em setembro de 2024.
A comercialização do milho segue lenta em importantes praças produtoras. No Rio Grande do Sul, a liquidez permanece baixa, com preços variando entre R$ 67,00 e R$ 70,00/saca. Em Santa Catarina, a disparidade entre pedidos e ofertas — que chegam a R$ 80,00/saca em Campos Novos contra ofertas de R$ 70,00 — trava os negócios e preocupa produtores em relação ao próximo ciclo.
No Paraná, os produtores pedem até R$ 75,00/saca FOB, enquanto a indústria oferece abaixo de R$ 70,00 CIF, mantendo o mercado parado. Já em Mato Grosso do Sul, as cotações ficam entre R$ 47,00 e R$ 53,00/saca, mas sem estímulo para novas negociações.
Apesar de avanços de até 1,15% no mês, o milho brasileiro ainda enfrenta desafios no mercado internacional. O produto nacional chega a ser negociado a US$ 10/t acima do milho norte-americano na Ásia, reduzindo sua competitividade.
Por outro lado, fatores de alta continuam no radar: expectativa de produtividade mais baixa nos Estados Unidos, atraso na colheita do milho e da soja devido às chuvas no Meio-Oeste e queda expressiva de 64,47% nas exportações da Ucrânia. O Conselho Internacional de Grãos (IGC) também reduziu sua estimativa global para 1,297 bilhão de toneladas.
No Brasil, a Conab projeta safra 2025/26 em 138,28 milhões de toneladas, com maior área cultivada, produtividade menor e estoques iniciais mais robustos — salto de 589,2% em relação ao ciclo anterior. Esse cenário deve permitir ao país ampliar as exportações para até 46,5 milhões de toneladas, próximo ao número estimado pelo USDA.
A segunda-feira (22) começou com baixas tanto na B3 quanto na Bolsa de Chicago.
Na B3, as principais cotações variaram entre R$ 67,05 e R$ 73,04, com perdas de até 0,45%. Em Chicago, o contrato dezembro/25 recuou para US$ 4,20 por bushel, pressionado pela fraqueza do mercado de soja e pela expectativa de chuvas favoráveis no Cinturão do Milho nos EUA.
O fechamento da última semana refletiu um cenário de instabilidade. Na B3, os contratos recuaram em média -1,26%, enquanto em Chicago a queda foi de -1,40%. Já o milho físico, medido pelo Cepea, avançou 0,45%, sustentado pela demanda interna.
No exterior, Taiwan anunciou plano de compras de até US$ 10 bilhões em produtos agrícolas dos EUA nos próximos quatro anos, incluindo milho, o que pode elevar suas importações em até 25%. Entretanto, a falta de um acordo efetivo entre Estados Unidos e China mantém o mercado internacional em alerta.
Fonte: Portal do Agronegócio
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