Milho e Sorgo

Milho: Diante do clima favorável nos EUA, mercado inicia semana em campo negativo na Bolsa de Chicago

As principais posições da commodity testavam quedas entre 3,50 e 3,75 pontos, por volta das 8h54 (horário de Brasília)


Publicado em: 04/06/2018 às 10:30hs

Milho: Diante do clima favorável nos EUA, mercado inicia semana em campo negativo na Bolsa de Chicago

As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo negativo. As principais posições da commodity testavam quedas entre 3,50 e 3,75 pontos, por volta das 8h54 (horário de Brasília). O vencimento julho/18 era cotado a US$ 3,87 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 3,96 por bushel.

De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações recuam nesta segunda-feira (4) e já atingiram o nível mais baixo desde meados de abril diante da perspectiva de clima favorável nos EUA. "Os preços do milho estão sendo arrastados pelas perspectivas de uma colheita abundante no país em meio ao clima favorável crescente, informou a agência de notícias.

Até a semana anterior, cerca de 79% das lavouras cultivadas apresentavam boas ou excelentes condições, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O plantio já estava completo em 92% da área esperada para essa temporada. As informações serão atualizadas no final da tarde desta segunda-feira.

O departamento ainda reporta o boletim de embarques semanais hoje. O relatório é um importante indicador de demanda e pode influenciar o andamento das negociações.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Mercado recua mais de 3% na semana na CBOT com impasse entre EUA x China e safra americana

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho fecharam a semana em campo negativo. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações da commodity acumularam desvalorizações de mais de 3% essa semana.

Somente nesta sexta-feira (1), os preços caíram mais de 2 pontos. O vencimento julho/18 era cotado a US$ 3,91 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 4,00 por bushel. O dezembro/18 era negociado a US$ 4,11 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais, as cotações do cereal foram pressionadas pelo impasse entre Estados Unidos e China e pelas boas condições da safra americana. Essa semana, o conflito comercial entre as maiores potências mundial voltou ao centro das negociações. Isso após a nação americana anunciar a taxação de 25% sobre importações chinesas.

A China é o maior importador de soja do mundo e o maior comprador de sorgo dos EUA, grão utilizado na composição da ração e que compete com o milho. Com isso, o conflito entre os países segue no radar dos participantes do mercado.

Outro fator que segue influenciando o andamento dos preços em Chicago é a safra americana. Essa semana, a área cultivada com o milho chegou a 92% no país até o último domingo, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportados no início dessa semana.

As condições das lavouras americanas também ajudaram a pressionar as cotações, de acordo com os especialistas. Em torno de 79% das plantações apresentam boas ou excelentes condições. 18% em condição regular e 3% em condições ruins ou muito ruins, ainda segundo o departamento americano.

"Contudo, os comerciantes já começam a ver o clima quente como um risco para o desenvolvimento das culturas", reportou a Reuters internacional.

"As previsões oficiais de 6 a 10 e de 8 a 14 dias continuam a mostrar temperaturas acima do normal, com melhores chances de chuvas nos estados do norte do cinturão produtor", destacou o Farm Futures.

Já as vendas semanais totalizaram 1,142 milhão de toneladas de milho, conforme relatório do USDA. "O volume ficou ligeiramente acima das apostas dos investidores, entre 700 mil a 1,1 milhão de toneladas do cereal", informou o Agriculture.com.

Mercado interno

A semana foi marcada por poucos negócios no mercado doméstico. Cenário decorrente das incertezas trazidas pela greve dos caminhoneiros. E, com o final da paralisação praticamente consolidado, os compradores voltaram a negociar, segundo explicam os analistas. Assim, a perspectiva é que haja uma retomada das atividades e as indústrias, granjas e confinamentos se reorganizem.

Ainda nesta sexta-feira, poucas modificações foram registradas nos preços no mercado interno. Em São Gabriel do Oeste (MS), os preços cederam 6,25%, com a saca do cereal a R$ 30,00. Em contrapartida, em Não-me-toque (RS), a alta ficou em 5,88%, com a saca a R$ 36,00. Em Panambi (RS), o ganho foi de 1,37% e a saca a R$ 35,52.

Além disso, o mercado ainda acompanha as perdas registradas na safrinha brasileira. Hoje, a INTL FCStone reduziu sua estimativa para a produção de milho para 78,4 milhões de toneladas, especialmente devido aos cortes na segunda safra. A projeção é que sejam colhidas 55,3 milhões de toneladas na safrinha, uma queda de 8,6% em relação à estimativa de maior, de 60,5 milhões de toneladas.

"Essa redução de mais de 5 milhões de toneladas foi motivada por cortes de produtividade, com o rendimento médio esperado para o Brasil ficando em 4,71 toneladas por hectare. O clima mais seco já desde abril, com os níveis de precipitação se mantendo abaixo do esperado também em maio, condicionou a revisão para baixo", informou a consultoria em nota.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou o pregão desta sexta-feira a R$ 3,7667 na venda, uma alta de 0,80%. O câmbio tocou o maior nível desde os R$ 3,7937, registrado em 7 de março de 2016. Na semana, o dólar acumula valorização de 2,68%.

"O dólar terminou nesta sexta-feira o maior nível de fechamento desde março de 2016, com a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras impondo desconfiança aos investidores sobre a condução da economia brasileira", reportou a Reuters.

Fonte: Notícias Agrícolas

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