Publicado em: 03/06/2025 às 10:50hs
O mercado do milho permanece estagnado em várias regiões do Sul do Brasil, afetado por clima incerto, baixa demanda e dificuldades na negociação de preços. Na B3, os contratos futuros fecharam em baixa, refletindo o ritmo lento das exportações brasileiras e a pressão internacional.
No Rio Grande do Sul, a comercialização do milho segue lenta, com preços estáveis, mas baixa liquidez. Segundo a TF Agroeconômica, as cotações se mantêm em torno de R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí; R$ 67,00 em Não-Me-Toque; R$ 68,00 em Marau, Gaurama e Seberi; e R$ 69,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. No interior do estado, os vendedores pedem entre R$ 65,00 e R$ 68,00 por saca, enquanto em Panambi o preço de referência segue em R$ 61,00.
Mesmo com a maior safra histórica, o mercado catarinense está parado devido à falta de acordo entre compradores e produtores. No Planalto Norte, os produtores pedem até R$ 82,00, mas as ofertas chegam a no máximo R$ 79,00. Em Campos Novos, os pedidos variam de R$ 83,00 a R$ 85,00, contra propostas de até R$ 80,00 CIF. A média estadual do preço do milho caiu para R$ 72,00, com variações regionais como R$ 72,70 em Joaçaba, R$ 77,13 em Chapecó, R$ 62,00 em Palma Sola e R$ 66,00 em Rio do Sul.
No Paraná, o mercado também está travado, mesmo com a expectativa de safra recorde. As cotações atuais variam entre R$ 59,36 e R$ 61,46 por saca, apresentando queda nas principais regiões produtoras. Nos Campos Gerais, o milho para entrega imediata é negociado a R$ 76,00 FOB, enquanto alguns produtores pedem até R$ 80,00. A colheita da segunda safra avança lentamente, com apenas 1% da área total colhida até o final de maio, conforme dados do Deral.
O mercado em Mato Grosso do Sul também está parado, aguardando o avanço da segunda safra. Os preços praticados são de R$ 55,00 em Dourados e Chapadão do Sul; R$ 59,00 em Maracaju; R$ 60,00 em Campo Grande; e R$ 61,00 em Sidrolândia. Os produtores estão preocupados com a chegada de uma frente fria que pode trazer geadas até o início de junho, especialmente porque grande parte das lavouras está em fase sensível.
Na bolsa de valores B3, os contratos futuros do milho encerraram o dia em baixa, pressionados pelo ritmo lento das exportações brasileiras, pela desvalorização do dólar e pela retração dos preços em Chicago (CBOT). Apesar da competitividade do milho brasileiro no mercado internacional, os embarques continuam aquém das expectativas, o que mantém uma boa disponibilidade interna neste início de colheita da safrinha.
Segundo o Cepea, o aumento da oferta devido à colheita da segunda safra tem deixado os vendedores mais flexíveis, enquanto os compradores adotam uma postura cautelosa, adquirindo volumes apenas para o curto prazo. Embora a possibilidade de geadas tenha oferecido algum suporte na semana passada, a expectativa é que a ampla oferta nacional continue a pressionar os preços para baixo.
No mercado internacional, os preços do milho na CBOT tiveram oscilações mistas. O contrato de julho caiu 1,30%, fechando a 438,25 cents por bushel, enquanto o contrato de setembro recuou 0,59%, cotado a 420,75 cents. A queda foi influenciada pelo anúncio do aumento das tarifas sobre aço e alumínio pelo governo dos EUA, o que gera incertezas sobre os acordos comerciais com Europa, Japão e China — importantes consumidores de milho. Por outro lado, a forte demanda global e dúvidas sobre a área plantada nos EUA ofereceram algum suporte para os contratos com vencimentos mais longos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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