Publicado em: 17/06/2025 às 11:10hs
O mercado de milho no Brasil permanece travado em diversas regiões produtoras, mesmo com o avanço da colheita da segunda safra. A combinação entre oferta restrita, demanda contida e recuo nas cotações internacionais tem mantido a comercialização lenta e os preços pressionados. Veja abaixo os destaques por região e no mercado futuro:
Rio Grande do Sul:
Segundo a TF Agroeconômica, os preços do milho seguem estáveis no estado, mesmo com a colheita avançada. A liquidez é baixa devido à combinação entre oferta limitada e compradores defensivos. As cotações seguem inalteradas:
Santa Catarina:
Apesar da safra recorde e da colheita acelerada, o mercado continua travado. A diferença entre os preços pedidos pelos produtores e os ofertados pelos compradores mantém os negócios paralisados:
Paraná:
O estado também enfrenta um mercado travado, aguardando a consolidação da segunda safra. Nos Campos Gerais, o milho disponível é ofertado a R$ 76,00/saca FOB, com pedidos pontuais de até R$ 80,00. Já as ofertas CIF para entrega em junho estão em R$ 73,00, voltadas principalmente para a indústria de ração. A colheita da segunda safra ainda está praticamente parada.
Mato Grosso do Sul:
A colheita segue lenta e o mercado permanece enfraquecido. Compradores estão cautelosos e vendedores relutam em aceitar os preços atuais. As últimas cotações são:
O milho registrou queda na B3 nesta segunda-feira, influenciado pela desvalorização do dólar — no menor nível desde outubro — e pela retração das cotações em Chicago. O desempenho fraco das exportações brasileiras também contribuiu para a pressão negativa nos preços.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil exportou apenas 7,8% do volume registrado no mesmo período de 2023, o que impacta a regulação dos estoques internos e a paridade internacional.
Segundo o Cepea, as boas condições climáticas favorecem o desenvolvimento da segunda safra de milho no Brasil, colaborando para o cenário de pressão nos preços. A Conab revisou suas estimativas para a produção total em 2024/25 para 128,25 milhões de toneladas — um aumento de 1,37 milhão em relação a maio. Só a segunda safra deve alcançar 101 milhões de toneladas, 12% acima do ciclo anterior e a segunda maior da história.
No mercado internacional, os preços do milho em Chicago também caíram, pressionados pelas condições climáticas favoráveis às lavouras nos Estados Unidos e pelo avanço do plantio.
O mercado também foi impactado pela ausência de estímulos ao setor de etanol, após cortes obrigatórios no uso de biocombustíveis nos EUA.
Os contratos futuros do milho na B3 encerraram o dia com desvalorização:
Com mercado interno travado, exportações fracas e cenário internacional desfavorável, o milho brasileiro enfrenta um momento de incertezas, com preços pressionados e negociações pouco dinâmicas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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