Publicado em: 06/08/2025 às 11:30hs
O mercado do milho continua enfrentando dificuldades de negociação em vários estados brasileiros, mesmo com a colheita da segunda safra em andamento. No Rio Grande do Sul, a oferta segue limitada e os produtores evitam fechar novos contratos, priorizando entregas pontuais para granjas ou consumo próprio. As indicações de compra estão entre R$ 65,00 e R$ 68,00 por saca, conforme a localidade.
Em Santa Catarina, a falta de acordo entre vendedores e compradores tem pressionado os custos da pecuária. Em Campos Novos, os produtores pedem entre R$ 75,00 e R$ 80,00 por saca, mas a indústria não ultrapassa ofertas de R$ 70,00. No Planalto Norte, a diferença entre pedidas e propostas também impede novos contratos.
No Paraná, embora a colheita avance e a safra caminhe para um recorde histórico, os negócios seguem lentos. As pedidas estão em torno de R$ 73,00 FOB e até R$ 75,00 em algumas regiões, enquanto a indústria oferece menos de R$ 70,00 CIF. Os preços variam bastante dentro do estado, com valores entre R$ 54,00 e R$ 66,00 por saca, dependendo da região.
No Mato Grosso do Sul, a liquidez segue baixa mesmo com ajustes positivos recentes. As cotações variam de R$ 44,38 a R$ 50,17 por saca, mas a insegurança do mercado impede grandes negociações.
A quarta-feira deve ser marcada por mais um dia de cautela no mercado interno, influenciada pelas dificuldades logísticas e o andamento da colheita da safrinha. Segundo a Safras Consultoria, produtores e consumidores mantêm uma postura conservadora, focados em contratos antigos ou compras pontuais para suprir necessidades imediatas.
As atenções também estão voltadas para a queda dos futuros do milho na Bolsa de Chicago, a valorização do real frente ao dólar e a competitividade das exportações brasileiras. O preço do milho nos portos brasileiros variou entre R$ 66,00 e R$ 70,00 a saca, tanto em Santos quanto em Paranaguá.
Nas principais praças do país, os preços médios registrados foram:
O cenário internacional também pesa sobre o milho brasileiro. Os contratos futuros do grão recuaram na B3 e na Bolsa de Chicago, pressionados pela forte produção nos Estados Unidos e na América do Sul. A concorrência com o trigo no setor de rações e a desvalorização do dólar contribuíram para as quedas.
Na B3, os contratos futuros devolveram parte dos ganhos recentes:
A colheita da segunda safra no Brasil segue atrasada em relação ao ano passado, mas está apenas 2% abaixo da média histórica, conforme a Conab. Isso aumenta a oferta interna e pressiona ainda mais os preços.
Em Chicago, os contratos também registraram queda:
Analistas apontam que a safra norte-americana pode ultrapassar 414 milhões de toneladas, superando as projeções do USDA. Mesmo com uma venda pontual de 127 mil toneladas para destino não revelado, a forte oferta global segue como o principal fator de pressão.
O dólar comercial recuava 0,32%, cotado a R$ 5,4879, enquanto o Dollar Index também registrava queda de 0,30%, a 98,48 pontos. O cenário internacional mostrou alta nas bolsas asiáticas e europeias, além de valorização do petróleo, com o barril do WTI para setembro cotado a US$ 66,15 (+1,51%). Esses fatores, somados à colheita robusta, tornam o ambiente ainda mais desafiador para os negócios com milho no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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