Publicado em: 31/07/2025 às 11:00hs
O mercado de milho no Brasil segue com baixa liquidez, mesmo com o avanço da colheita da safrinha em estados importantes como Paraná e Santa Catarina. As incertezas quanto às tarifas dos EUA, a volatilidade cambial e os impasses entre compradores e vendedores continuam limitando o ritmo das negociações. Confira os principais destaques:
A liquidez permanece baixa no Rio Grande do Sul, onde o milho remanescente tem sido direcionado sobretudo às granjas de ovos e ao consumo doméstico. Segundo a TF Agroeconômica, os preços de compra estão em:
As pedidas para agosto variam entre R$ 66,00 e R$ 70,00 por saca.
Em Santa Catarina, os produtores enfrentam margens apertadas. Em Campos Novos, os pedidos variam de R$ 83,00 a R$ 85,00/saca, enquanto as indústrias oferecem até R$ 75,00. No Planalto Norte, há pedidos de R$ 80,00, mas compradores pagam apenas R$ 71,00. Esse cenário desestimula novos investimentos para a próxima safra.
Paraná avança na colheita, mas comercialização decepciona
No Paraná, embora a colheita avance, as vendas seguem aquém do esperado. A comercialização é travada por um impasse entre vendedores, que pedem entre R$ 76,00 e R$ 80,00/saca (FOB), e a indústria de rações, que oferece R$ 73,00 (CIF). Isso impede o avanço das negociações.
O mercado brasileiro iniciou esta quinta-feira com poucas negociações. Investidores aguardam desdobramentos sobre tarifas dos EUA ao Brasil, o andamento da colheita e o comportamento do dólar. O cenário reforça a cautela nas negociações internas.
Os preços nos portos brasileiros indicam essa incerteza:
Em regiões produtoras:
Apesar do cenário incerto, os contratos futuros de milho fecharam em alta na B3, impulsionados pela recuperação das cotações em Chicago, valorização do dólar e expectativas de maior ritmo nas exportações brasileiras. Houve ainda elevação dos prêmios nos portos e uma revisão positiva na estimativa de exportação feita pela ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais).
Os preços de fechamento foram:
A demanda interna também permanece firme, especialmente com o milho sendo utilizado na produção de etanol.
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros subiram após três sessões de queda, influenciados por compras de oportunidade e pela manutenção da demanda externa. Destaque para as vendas de 260 mil toneladas de milho dos EUA para Coreia do Sul e Taiwan.
Cotações:
Ainda assim, analistas alertam para a pressão vinda de uma colheita robusta nos EUA, favorecida pelo clima no Meio-Oeste, e pela fragilidade de acordos comerciais com parceiros como Canadá e México.
O dólar comercial opera em leve alta de 0,18%, cotado a R$ 5,5983. O Dollar Index recua 0,01%, aos 99,81 pontos.
Nos mercados internacionais:
Com o avanço da colheita da safrinha, a volatilidade cambial e os desdobramentos da política comercial internacional, o mercado do milho segue atento e operando com cautela. A expectativa é que o ritmo das exportações e o comportamento do dólar sigam influenciando os preços nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias