Publicado em: 24/06/2025 às 11:20hs
No Sul do Brasil, o mercado do milho segue travado, com pouca liquidez e estabilidade nas cotações. No Rio Grande do Sul, os preços permanecem firmes mesmo diante de uma demanda retraída: R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí, R$ 67,00 em Não-Me-Toque, R$ 68,00 em Marau e Gaurama, R$ 69,00 em Seberi e R$ 70,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. As ofertas de compra variam entre R$ 66,00 e R$ 68,00, mas os vendedores resistem a negociar abaixo das pedidas.
Em Santa Catarina, o mercado está paralisado por divergências de preços. No Planalto Norte, produtores pedem R$ 82,00 por saca, enquanto compradores oferecem até R$ 79,00. Em Campos Novos, o descompasso é ainda maior, com pedidos de até R$ 85,00 frente a ofertas de no máximo R$ 80,00 CIF. A média estadual está em R$ 71,00, com variações regionais que vão de R$ 62,00 em Palma Sola a R$ 77,13 em Chapecó.
No Paraná, apesar do avanço da colheita da segunda safra, as geadas geram preocupação. A colheita alcançou 8% das áreas, contra 3% na semana anterior, segundo o Deral. Do total restante, 54% das lavouras estão em maturação, 43% em frutificação e 3% ainda em floração. Nos Campos Gerais, o milho disponível é ofertado a R$ 76,00/saca FOB, com registros pontuais de R$ 80,00, enquanto as ofertas CIF voltadas à indústria de rações estão em R$ 73,00.
Em Mato Grosso do Sul, a lentidão no ritmo da colheita e a fraca demanda pressionam os preços. As últimas cotações indicam queda generalizada: R$ 48,31 em Dourados, R$ 52,00 em Campo Grande, R$ 50,00 em Maracaju, R$ 53,00 em Sidrolândia e R$ 47,52 em Chapadão do Sul. A média estadual é de R$ 50,00 por saca.
Na Bolsa Brasileira (B3), os contratos futuros do milho iniciaram a terça-feira (24) em alta, influenciados pelas condições climáticas adversas que afetam as lavouras brasileiras ainda não colhidas. Por volta das 10h35 (horário de Brasília), os principais vencimentos operavam com valorização:
Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de novembro foi o único a registrar leve recuo, enquanto os demais contratos subiram com base nos riscos provocados pela onda de frio e os atrasos na colheita da safrinha.
Apesar das altas na B3, o mercado físico brasileiro permanece pressionado. A Conab estima uma oferta de 101 milhões de toneladas para a segunda safra — 12% acima da anterior —, o que representa a segunda maior colheita da série histórica. Esse volume, somado à desvalorização do dólar e aos desafios logísticos de armazenamento, amplia a pressão sobre os preços internos.
Nas regiões produtoras, os vendedores têm demonstrado maior flexibilidade diante do início da colheita, fator que também contribui para a queda das cotações, conforme aponta levantamento do Cepea.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros do milho operavam em baixa na manhã desta terça-feira (24), seguindo a tendência de queda iniciada na segunda-feira. Por volta das 10h29 (horário de Brasília), os vencimentos apresentavam os seguintes valores:
Segundo o portal Farm Futures, a desvalorização do milho em Chicago está relacionada à queda nos preços do petróleo, que ocorreu após relatos de que Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo intermediada pelos EUA com o Irã. A notícia reduziu os temores sobre interrupções no fornecimento de energia no Oriente Médio, afetando negativamente os preços das commodities.
Além disso, a perspectiva de melhora nas condições climáticas para as lavouras americanas nas próximas semanas também pressiona os preços para baixo.
Na sessão anterior, o milho já havia encerrado o dia em baixa significativa: o contrato de julho caiu 2,22%, fechando a US$ 419,25 por bushel, e o de setembro recuou 1,88%, para US$ 417,50 por bushel. A instabilidade geopolítica, o aumento nos custos de frete e petróleo e as incertezas no acesso a mercados consumidores também contribuíram para o desempenho negativo.
Brasil: clima frio e colheita lenta impulsionam B3, mas oferta elevada e câmbio pressionam mercado físico.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias