Milho e Sorgo

Mercado do milho inicia semana em queda na B3, enquanto Chicago tenta se recuperar após fortes perdas

Início da colheita da safrinha no Brasil, volatilidade cambial e incertezas externas influenciam o cenário do grão


Publicado em: 02/06/2025 às 11:08hs

Mercado do milho inicia semana em queda na B3, enquanto Chicago tenta se recuperar após fortes perdas
Preços futuros do milho abrem a semana em queda na B3

A semana começou com recuo nos preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3). Por volta das 9h49 desta segunda-feira (2), os principais contratos operavam no campo negativo:

  • Julho/25: R$ 62,65 (-0,52%)
  • Setembro/25: R$ 63,86 (-0,82%)
  • Novembro/25: R$ 67,59 (-0,30%)
  • Janeiro/25: R$ 71,16 (-0,27%)

A queda nos preços reflete um movimento típico para o período, marcado pelo avanço da colheita da segunda safra, o que tende a aumentar a oferta interna e pressionar as cotações.

Chicago abre com leves altas após perdas expressivas

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros do milho começaram a segunda-feira em alta, tentando recuperar parte das perdas acumuladas na semana anterior. Por volta das 9h44 (horário de Brasília), os contratos registravam as seguintes cotações:

  • Julho/25: US$ 4,47 (+3,25 pts)
  • Setembro/25: US$ 4,24 (+1,50 pts)
  • Dezembro/25: US$ 4,39 (+1 pt)
  • Março/25: US$ 4,55 (+1 pt)

Segundo o portal Farm Futures, o mercado tenta se reequilibrar após os indicadores técnicos do milho sofrerem forte erosão, com risco de novas quedas caso os especuladores intensifiquem as apostas baixistas.

Vender milho antecipadamente exige cautela

De acordo com análise da TF Agroeconômica, embora o momento ainda favoreça a venda antecipada do milho, é preciso atenção. A consultoria lembra que quem se antecipou nos últimos 50 dias conseguiu ganhos de até R$ 20 por saca. No entanto, alertam que esperar até julho, tradicionalmente o mês de maior oferta, pode ser um erro estratégico.

Para produtores que desejam proteger os preços sem correr riscos com a entrega física, a recomendação é negociar contratos futuros na B3. O mercado futuro, segundo a TF, oferece segurança em anos com incertezas climáticas, como o atual.

Fatores de alta e baixa no radar dos investidores

O mercado do milho está sendo influenciado por fatores que atuam tanto na valorização quanto na desvalorização dos preços:

Fatores de alta:

  • Possível redução na área plantada nos EUA devido ao excesso de chuvas em estados como Ohio
  • Venda recente de 210,5 mil toneladas de milho pelos EUA para destinos não revelados
  • Aumento da produção de etanol nos EUA, com 1.056.000 barris diários, e redução nos estoques

Fatores de baixa:

  • Avanço da colheita da safrinha no Brasil
  • Incertezas nas relações comerciais dos EUA, com discussões sobre tarifas e isenções para refinarias
  • Potencial impacto na demanda por milho para etanol
Volatilidade marcou o mercado na última semana

Na última sexta-feira (30), os contratos futuros de milho na B3 encerraram o pregão em alta, impulsionados pela valorização do dólar, que aumentou a competitividade do milho brasileiro no mercado externo. Ainda assim, o mês de maio terminou com saldo negativo.

Os dados da B3 mostram:

  • Julho/24: R$ 62,95 (+R$ 0,23 no dia, -R$ 0,24 na semana, -6,45% no mês)
  • Setembro/24: R$ 67,79 (+R$ 0,25 no dia, +R$ 0,06 na semana)

No mercado físico, o indicador Cepea caiu 3,08% na semana e acumulou baixa de 13,95% em maio.

Chicago registra maior queda entre os grãos em maio

Na CBOT, o milho registrou a maior desvalorização entre os grãos negociados ao longo de maio. O contrato de julho/24 caiu 0,67% na sexta-feira, encerrando a US$ 4,44 por bushel, com perdas de 3,37% na semana e 6,62% no mês.

As exportações norte-americanas somaram 916,7 mil toneladas na última semana, uma redução de 23% em relação ao volume anterior e o menor patamar semanal do ano, abaixo de 1 milhão de toneladas.

Incertezas políticas e comerciais pesam no cenário externo

O mercado internacional segue atento às movimentações políticas nos EUA. A possibilidade de retorno de Donald Trump à presidência levanta temores sobre novas tarifas comerciais. Além disso, rumores de cancelamentos de compras internacionais aumentam a cautela.

Mesmo com especulações sobre a redução da área plantada com milho nos EUA para a safra 2025/26, muitos agricultores optaram por manter o cultivo do cereal, diante da relação de preços mais favorável em comparação à soja.

Fonte: Portal do Agronegócio

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