Milho e Sorgo

Mercado do milho apresenta oscilações regionais e forte volatilidade na B3

Enquanto os preços sobem no Mato Grosso do Sul, negociações seguem lentas no Sul do país; mercado futuro reage a mudanças tarifárias nos Estados Unidos


Publicado em: 10/04/2025 às 10:50hs

Mercado do milho apresenta oscilações regionais e forte volatilidade na B3

O mercado de milho brasileiro segue marcado por movimentações distintas entre as regiões e por forte volatilidade na Bolsa de Valores (B3). De acordo com análise da TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul, a oferta limitada do cereal tem sustentado os preços em patamares elevados. As negociações continuam escassas, com valores oscilando entre R$ 76,00 e R$ 82,00 por saca para entregas previstas ao longo de abril.

Em praças específicas do estado, os preços praticados são os seguintes: em Santa Rosa, Ijuí e Seberi, a saca gira em torno de R$ 76,00; em Não-Me-Toque, o valor sobe para R$ 77,00; já em Marau e Gaurama, as negociações ocorrem na faixa de R$ 78,00. Em Panambi, os preços de pedra recuaram para R$ 67,00 por saca.

Em Santa Catarina, o mercado permanece travado e com preços estáveis. No porto, os valores observados variaram de R$ 72,00 por saca, para entrega em agosto e pagamento em 30 de setembro, a R$ 73,00 por saca para entrega em outubro com pagamento até 28 de novembro. Nas cooperativas locais, os preços são: R$ 70,00 em Campo Alegre, R$ 69,00 em Papanduva, R$ 71,00 na região Oeste e o mesmo valor na Serra catarinense.

No Paraná, houve leve recuo nos preços, enquanto os produtores concentram esforços na colheita da soja, o que limita as negociações com o milho. A TF Agroeconômica aponta que a referência para negócios nos Campos Gerais, com retiradas previstas para março de 2025 e pagamento até o fim do mesmo mês, está em R$ 76,00 por saca na modalidade FOB.

No Mato Grosso do Sul, o mercado spot apresenta preços significativamente mais altos, com aumento acumulado de 63,25% desde a colheita, em julho. Os valores variam de acordo com a localidade: em Dourados, Campo Grande e Caarapó, a saca é negociada por cerca de R$ 74,00. Em Maracaju e Sidrolândia, os preços caem para R$ 73,00 e R$ 72,00, respectivamente, enquanto em São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul, as cotações giram em torno de R$ 70,00 por saca.

Volatilidade marca o dia na B3 com milho futuro em queda

No mercado futuro, o milho teve uma sessão de intensas oscilações na B3, influenciado por variações cambiais e decisões tarifárias dos Estados Unidos. Conforme informou a TF Agroeconômica, o início do dia foi marcado por elevação nas tarifas americanas: 104% para a China e 84% para os Estados Unidos. Esse cenário impulsionou o dólar acima de R$ 6,00, o que elevou o preço do milho brasileiro para patamares acima de R$ 81,00 por saca, estimulando a liquidez e gerando diversos negócios.

Entretanto, a decisão do presidente dos EUA de suspender temporariamente as tarifas — reduzindo-as para 10%, exceto no caso da China, cuja taxa subiu para 125% — provocou forte alta na Bolsa de Chicago (CBOT), ao mesmo tempo em que os mercados brasileiro e europeu recuaram. A valorização do real, com a queda de 2,54% do dólar no dia, prejudicou a competitividade do milho nacional.

Com a suspensão provisória das tarifas por um período de 90 dias, os exportadores brasileiros perderam o entusiasmo observado nas primeiras horas do pregão, adiando os planos de exportação diante da incerteza sobre a política comercial norte-americana. A instabilidade gerada tem dificultado a definição de uma tendência clara para o mercado.

Ao final da sessão, os contratos futuros de milho na B3 encerraram com desvalorização:

  • Maio/25: R$ 76,56 (queda de R$ 0,61 no dia, alta de R$ 2,26 na semana);
  • Julho/25: R$ 72,18 (recuo de R$ 0,77 no dia, baixa de R$ 0,52 na semana);
  • Setembro/25: R$ 71,83 (queda de R$ 0,79 no dia, alta de R$ 0,03 na semana).

Em contrapartida, o mercado norte-americano reagiu com otimismo. Na CBOT, o milho teve forte valorização:

  • Maio: alta de 1,07%, chegando a US$ 474,00 por bushel (US$ 5,00 cents/bushel);
  • Julho: avanço de 1,21%, atingindo US$ 480,50 por bushel (US$ 5,75 cents/bushel), impulsionado pela expectativa de ganho de competitividade do produto americano.

Fonte: Portal do Agronegócio

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