Publicado em: 08/10/2025 às 11:30hs
O mercado de milho continua sem grandes movimentações nos estados do Sul, com negócios limitados e forte resistência por parte dos produtores em aceitar preços mais baixos. De acordo com levantamento da TF Agroeconômica, o cenário segue travado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, refletindo a baixa liquidez e a distância entre pedidas e ofertas.
No Rio Grande do Sul, as indicações de compra permanecem praticamente inalteradas: R$ 67,00 por saca em Santa Rosa e Ijuí, R$ 68,00 em Não-Me-Toque e Seberi, R$ 69,00 em Marau e Gaurama e R$ 70,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. Já os vendedores pedem entre R$ 70,00 e R$ 72,00 por saca para embarques em setembro, enquanto o preço futuro no porto para fevereiro de 2026 gira em torno de R$ 69,00 por saca.
Em Santa Catarina, o mercado também segue praticamente paralisado. A diferença entre pedidas e ofertas permanece ampla: produtores pedem até R$ 80,00 por saca, enquanto compradores oferecem no máximo R$ 70,00. No Planalto Norte, pedidos chegam a R$ 75,00 e ofertas ficam em torno de R$ 71,00, o que mantém os agricultores cautelosos e adia novas negociações.
No Paraná, o mercado físico continua parado, mesmo com uma oferta robusta após o recorde de produção da safra 2024/25, que atingiu 20,19 milhões de toneladas, alta de 34,7% em relação ao ciclo anterior. A produtividade média chegou a 6.185 kg/ha na segunda safra. Apesar do volume elevado, poucos lotes estão sendo liberados, já que os produtores pedem até R$ 75,00 por saca, enquanto as indústrias ofertam no máximo R$ 70,00 CIF.
No Mato Grosso do Sul, o excesso de oferta também tem impactado o mercado, pressionando fretes e concentrando a atenção da indústria na industrialização do milho. As cotações variam entre R$ 48,00 e R$ 53,00 por saca, com Dourados registrando os maiores valores. Mesmo com pequenos ajustes, o mercado segue estável, com produtores resistentes a vender a preços menores e compradores cautelosos, o que mantém o ritmo de negociações travado e o foco nos contratos já firmados.
Na terça-feira (8), o mercado futuro do milho apresentou comportamento misto na B3 (Bolsa Brasileira de Mercadorias). O contrato de novembro/25 subiu R$ 0,04, encerrando a R$ 66,40 por saca e acumulando alta semanal de R$ 1,12. O contrato de janeiro/26 avançou R$ 0,04, sendo cotado a R$ 68,55, enquanto o de março/26 recuou R$ 0,10, fechando a R$ 71,17 por saca.
Segundo a TF Agroeconômica, a queda do dólar e o recuo em Chicago exerceram pressão sobre os contratos mais longos, embora o mercado físico tenha sustentado as cotações de curto prazo. A resistência dos produtores em negociar e a busca das indústrias por condições mais competitivas mantêm o mercado em compasso de espera.
A consultoria observa que os preços seguem lateralizados, com pouca atratividade para exportação. A oscilação diária reflete um equilíbrio instável entre oferta e demanda, em que os vendedores aguardam melhor remuneração e os compradores priorizam oportunidades de custo.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), o milho encerrou o pregão em queda. O contrato de dezembro recuou 0,47%, cotado a US$ 4,1975 por bushel, enquanto o de março caiu 0,46%, a US$ 4,3625.
A retração foi impulsionada por realização de lucros após os ganhos da sessão anterior e pela ausência de novos dados do USDA, que suspendeu temporariamente as divulgações semanais de exportações.
Além disso, a colheita norte-americana, estimada em torno de 30%, e a falta de novas compras da China deixaram os traders mais cautelosos, aumentando as preocupações com o armazenamento e os estoques nos Estados Unidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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