Milho e Sorgo

Mercado de milho segue travado no Brasil, mas exportações impulsionam contratos futuros

Estabilidade predomina no mercado interno


Publicado em: 26/11/2025 às 11:30hs

Mercado de milho segue travado no Brasil, mas exportações impulsionam contratos futuros
Foto: CNA

O mercado de milho no Brasil mantém um ritmo lento e com pouca liquidez, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. De acordo com levantamento da TF Agroeconômica, os preços permanecem praticamente estáveis, pressionados pela combinação entre oferta elevada, exportações ainda enfraquecidas e custos logísticos elevados — fatores que limitam qualquer recuperação mais expressiva nas cotações.

No Rio Grande do Sul, os valores continuam variando entre R$ 60,00 e R$ 70,00 por saca, com a média estadual passando levemente de R$ 62,31 para R$ 62,52. Mesmo com esse pequeno avanço, o mercado segue travado, com pouca procura e escassez de negócios. Nos portos, o contrato para fevereiro de 2026 mantém-se estável em R$ 69,00 por saca, refletindo a tendência lateralizada. Em Panambi, o preço de referência segue em R$ 59,00 por saca.

Em Santa Catarina, a distância entre pedidas e ofertas continua freando as negociações. Produtores pedem valores próximos a R$ 80,00 por saca, enquanto as indústrias ofertam cerca de R$ 70,00. No Planalto Norte, poucos negócios são fechados entre R$ 71,00 e R$ 75,00, sem sinais de mudança. A média ao produtor está em R$ 67,70 por saca. Já nos portos, o milho CIF Santos 2025 é cotado a R$ 68,00, e o Paguá 2025, a R$ 63,00; para 2026, as negociações giram entre R$ 66,00 e R$ 66,50 por saca.

No Paraná, o impasse entre pedidas de R$ 75,00 e ofertas de R$ 70,00 mantém o mercado praticamente parado. As cotações regionais seguem estáveis: Curitiba a R$ 68,23, Guarapuava a R$ 62,70 e Cascavel a R$ 57,25 por saca.

Em Mato Grosso do Sul, os preços variam entre R$ 51,00 e R$ 55,00 por saca, com leve firmeza em Dourados e Sidrolândia. A atuação da indústria de bioenergia tem sustentado o mercado local, impedindo quedas mais acentuadas diante da demanda externa ainda fraca.

Exportações reagem e impulsionam o mercado futuro

Apesar da lentidão interna, o mercado de grãos apresentou avanço nos contratos futuros, impulsionado pelo ritmo mais firme das exportações e pela maior demanda internacional pelo milho brasileiro. Conforme a TF Agroeconômica, os contratos de milho na B3 encerraram o pregão em alta, superando o desempenho da Bolsa de Chicago (CBOT) mesmo com a queda do dólar. O movimento reflete a abertura de novos mercados e o aumento do fluxo de embarques nos portos nacionais, após um início de mês mais contido.

Dados da Comissão Europeia indicam que o Brasil ampliou em 94% o volume exportado ao bloco europeu, mesmo com a queda geral das compras no continente. Segundo o Cepea, novembro tem registrado ritmo mais acelerado de embarques, com média diária 7,6% acima da observada no mesmo período de 2024, conforme dados da Secex. Em dez dias úteis, as exportações somaram 2,67 milhões de toneladas, e, mantido o atual desempenho, o país pode encerrar o mês com cerca de 5 milhões de toneladas embarcadas, com África e Ásia como principais destinos.

Os contratos futuros apresentaram variações positivas: janeiro de 2026 fechou a R$ 71,96 (+R$ 0,70), março de 2026 encerrou a R$ 73,72 (+R$ 0,76) e maio de 2026 terminou a R$ 73,18 (+R$ 0,78).

Cenário internacional favorece o milho brasileiro

No mercado externo, a TF Agroeconômica destaca que o milho negociado na CBOT registrou leve alta, sustentado pelo aumento da demanda global. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os compromissos de exportação norte-americanos estão 55% acima do registrado no ano anterior.

O cenário também é influenciado pela redução de 55,30% nos embarques da Ucrânia, afetados por ataques e dificuldades logísticas, além da alta umidade. Com isso, as importações da União Europeia caíram 21,15%, abrindo espaço para que Brasil e Estados Unidos expandissem sua participação no abastecimento do bloco.

Fonte: Portal do Agronegócio

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