Publicado em: 04/12/2025 às 11:12hs
O mercado de milho no Brasil permanece sem grandes movimentações, refletindo um ambiente de negociações travadas e descompasso entre compradores e vendedores. De acordo com informações da TF Agroeconômica, as operações seguem lentas em praticamente todos os estados produtores, com variações pontuais nos preços regionais.
No Rio Grande do Sul, a movimentação continua restrita, limitada a compras pontuais de pequenas indústrias e cooperativas. Mesmo com cotações entre R$ 58,00 e R$ 72,00 por saca, a média estadual subiu levemente, passando de R$ 61,86 para R$ 62,18 na semana.
Em Santa Catarina, o impasse entre produtores e indústrias continua impedindo avanços nas negociações. Enquanto os produtores pedem valores próximos de R$ 80,00/saca, as ofertas das indústrias permanecem ao redor de R$ 70,00/saca. No Planalto Norte, os poucos negócios registrados giram entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca, reforçando o ritmo lento no estado.
No Paraná, o cenário é semelhante: produtores pedem cerca de R$ 75,00/saca, enquanto as indústrias oferecem R$ 70,00/saca CIF, o que mantém o mercado travado. Já no Mato Grosso do Sul, o movimento é limitado pela ampla oferta e pela postura cautelosa dos agentes de mercado, com preços variando entre R$ 52,00 e R$ 56,00/saca. Maracaju mantém as cotações mais altas, enquanto Chapadão do Sul mostra leve avanço nos preços.
Na Bolsa Brasileira de Mercadorias (B3), os contratos futuros de milho operaram em leve queda na manhã desta quinta-feira (4). Por volta das 10h (horário de Brasília), as principais cotações oscilavam entre R$ 71,19 e R$ 76,23/saca.
O vencimento janeiro/26 era cotado a R$ 74,65, recuo de 0,47%, enquanto março/26 valia R$ 76,23, com queda de 0,33%. Já o contrato maio/26 recuava 0,29%, a R$ 75,63, e julho/26 operava em R$ 71,19, com perda de 0,15%.
No mercado internacional, os preços futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) abriram o dia em leve queda, acompanhando o movimento de baixa do trigo. Por volta das 09h56 (horário de Brasília), o contrato dezembro/25 era cotado a US$ 4,32, o março/26 a US$ 4,43, o maio/26 a US$ 4,50, e o julho/26 a US$ 4,55 por bushel.
Segundo o portal Successful Farming, a pressão sobre as cotações reflete a redução das preocupações geopolíticas no Leste Europeu. As negociações entre Washington e Moscou diminuíram o temor de um bloqueio russo às exportações ucranianas pelo Mar Negro, o que reduziu a busca por grãos norte-americanos.
Por outro lado, a demanda para produção de etanol nos Estados Unidos ajudou a limitar as perdas. Dados da Administração de Informação de Energia (EIA) indicam que a produção de etanol de milho atingiu uma média recorde de 1,126 milhão de barris por dia, o maior volume desde o início dos registros em 2010.
Apesar do bom desempenho do etanol, o milho encerrou o pregão em baixa em Chicago, pressionado por um movimento de realização de lucros após as recentes valorizações e pelo quadro de ampla oferta global. A fraqueza do dólar frente a outras moedas limitou quedas mais acentuadas.
Os contratos para março/26 encerraram o dia a US$ 4,50/bushel, queda de 6,50 centavos (−1,44%). O vencimento maio/26 fechou a US$ 4,50 ¾/bushel, recuo de 6,75 centavos (−1,47%).
A EIA também informou que os estoques de etanol nos EUA subiram de 22 milhões para 22,5 milhões de barris, alta de 2,3%. As exportações do biocombustível cresceram 39%, passando de 122 mil para 170 mil barris na última semana.
Fonte: Portal do Agronegócio
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