Publicado em: 22/07/2025 às 11:10hs
O mercado de milho brasileiro continua enfrentando dificuldades, mesmo com o avanço da colheita em diversas regiões. No Rio Grande do Sul, a liquidez segue baixa e o estado continua dependente da entrada de grãos de outras regiões. De acordo com informações da TF Agroeconômica, as indicações de compra para agosto recuaram para entre R$ 66,00 e R$ 70,00/saca, mas os produtores seguem resistentes em vender. As cotações regionais continuam pressionadas:
Em Santa Catarina, o cenário é semelhante, com liquidez quase nula e negociações pontuais. A diferença entre pedidas e ofertas impede avanços significativos. Em Campos Novos, por exemplo, vendedores pedem entre R$ 83,00 e R$ 85,00, enquanto compradores não ultrapassam R$ 75,00/saca. No Planalto Norte, as pedidas mínimas são de R$ 80,00, também acima das ofertas existentes.
No Paraná, a colheita continua progredindo, mas não o suficiente para destravar o mercado. A liquidez é muito baixa e as negociações seguem travadas. Os produtores pedem, em média, R$ 76,00/saca FOB, com registros pontuais de até R$ 80,00, enquanto o setor de rações mantém ofertas em torno de R$ 73,00 CIF.
Em Mato Grosso do Sul, a retração de vendedores tem interrompido o movimento de queda nas cotações. Segundo o Cepea, a estabilidade observada pode ser explicada por essa postura mais cautelosa. Em Dourados, inclusive, houve uma leve alta nos últimos dias, o que pode sinalizar uma possível reação em outras praças. Ainda assim, a liquidez no mercado spot permanece muito baixa, com poucos negócios sendo realizados.
No mercado externo, os contratos futuros do milho registraram movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 9h44 (horário de Brasília), os principais vencimentos operavam com as seguintes cotações:
Segundo o site Farm Futures, a fraqueza do mercado externo se intensificou com previsões climáticas que indicam poucas ameaças à produtividade do milho nos Estados Unidos. As temperaturas elevadas, por volta dos 32°C, levantam alertas quanto à polinização em áreas secas do norte de Illinois e Indiana, mas novas chuvas são esperadas no Centro-Oeste americano, o que mantém a perspectiva de uma safra recorde.
O analista Bryce Knorr destacou que, além das boas condições nos EUA, o avanço da colheita da segunda safra no Brasil também contribui para preocupações logísticas, como armazenamento e escoamento da produção.
Na Bolsa Brasileira (B3), os preços futuros do milho operaram próximos da estabilidade nesta terça-feira (22). Por volta das 10h, os principais vencimentos apresentavam as seguintes cotações:
Apesar da leve baixa observada nos contratos futuros — influenciada pela queda do dólar e pela pressão em Chicago — o mercado físico demonstrou sinais de recuperação. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que o ritmo das exportações aumentou 70,99% nos últimos dias, com uma média diária de 64,3 mil toneladas embarcadas.
O indicador do Cepea também apontou uma interrupção na queda dos preços em algumas regiões, impulsionada pela retração de vendedores e pela baixa liquidez no mercado spot. Mesmo com o avanço da colheita, a demanda interna continua cautelosa, aguardando a consolidação da safra volumosa.
Nos fechamentos da B3 nesta segunda-feira (22), os contratos registraram as seguintes variações:
O mercado permanece atento às condições climáticas e à confirmação dos volumes de exportação nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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