Publicado em: 01/08/2025 às 11:38hs
Apesar do avanço da colheita da segunda safra, o mercado de milho continua com baixa liquidez em diversos estados brasileiros. Segundo levantamento da TF Agroeconômica, produtores mantêm cautela nas vendas e priorizam o abastecimento interno, o que limita o volume de negociações.
No Rio Grande do Sul, mesmo com a colheita em andamento, a oferta estadual ainda é restrita e os produtores mostram pouca disposição para negociar. As indústrias compradoras indicam preços entre R$ 65,00 e R$ 68,00 por saca, dependendo da localidade. As pedidas para agosto variam de R$ 66,00 a R$ 70,00.
Em Santa Catarina, a distância entre os valores pedidos e oferecidos pelas indústrias trava as negociações. Em Campos Novos, por exemplo, produtores pedem entre R$ 83,00 e R$ 85,00, enquanto as indústrias não ultrapassam R$ 75,00. No Planalto Norte, os pedidos giram em torno de R$ 80,00, com compradores limitando-se a R$ 71,00.
No Paraná, mesmo com uma safra recorde, o ritmo de vendas permanece lento. Pedidas próximas de R$ 76,00/saca FOB e, em algumas regiões, até R$ 80,00 contrastam com ofertas da indústria de rações, que giram em torno de R$ 73,00 CIF. O impasse entre as partes mantém o mercado travado.
No Mato Grosso do Sul, a colheita ainda em ritmo lento também contribui para a baixa liquidez. Apesar de leves ajustes positivos nas cotações em praças como Dourados, a falta de definição entre vendedores e compradores impede o avanço das negociações.
Na manhã desta sexta-feira (1), os contratos futuros de milho abriram com variações próximas da estabilidade tanto na Bolsa Brasileira (B3) quanto na Bolsa de Chicago (CBOT).
Na B3, os principais vencimentos operavam entre R$ 66,71 e R$ 75,20 por saca por volta das 10h (horário de Brasília). Os contratos apresentavam oscilações discretas:
No mercado internacional, os preços futuros também registraram pequenas variações. Os contratos de setembro e dezembro/25 caíram 0,25 ponto, enquanto os de março e maio/26 recuaram 0,50 ponto.
Segundo o portal Farm Futures, os traders seguem atentos à divulgação do relatório do USDA, prevista para o dia 12 de agosto. Esse documento trará as primeiras estimativas oficiais para a produção de milho e soja com base em imagens de satélite e pesquisas com agricultores, podendo impactar significativamente os preços nos próximos dias.
O mês de julho foi marcado por um desempenho misto no mercado de milho. Na B3, houve valorização acumulada:
Entretanto, no mercado físico, a média do indicador Cepea apresentou queda de 5,19%, refletindo menor liquidez, atraso na colheita da segunda safra, lentidão nas exportações e foco dos produtores na comercialização da soja.
Nos últimos fechamentos de julho na B3:
Em Chicago, os contratos encerraram a quinta-feira com ganhos moderados:
Apesar das vendas externas robustas — mais de 2,6 milhões de toneladas em um único dia —, tensões comerciais entre os EUA e países como México e Canadá exerceram pressão sobre os preços. No mês, o milho acumulou queda de 3,73% na CBOT.
Resumo:
O mercado de milho enfrenta um cenário de produção elevada, mas com negociações travadas, especialmente nos estados do Sul e Centro-Oeste. Ao mesmo tempo, o comportamento dos preços futuros na B3 e em Chicago segue oscilando, com investidores à espera de novas projeções do USDA que podem redefinir o rumo das cotações nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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