Milho e Sorgo

Mercado de milho segue com baixa liquidez e negociações lentas, apesar da leve alta na B3

Produtores mantêm firmeza nos preços enquanto compradores recuam; estabilidade cambial e clima irregular ditam ritmo do mercado interno e futuro


Publicado em: 06/11/2025 às 11:40hs

Mercado de milho segue com baixa liquidez e negociações lentas, apesar da leve alta na B3
Foto: Fernando Dias
Liquidez do milho continua baixa em várias regiões do país

O mercado de milho no Brasil segue em ritmo lento, com baixa liquidez e poucos negócios concretizados em diferentes estados. Segundo a TF Agroeconômica, o cenário é resultado do descompasso entre pedidas dos produtores e ofertas das indústrias, o que tem mantido as negociações praticamente paralisadas.

No Rio Grande do Sul, a oferta interna limitada mantém o estado dependente da entrada de grãos de outras regiões e também do Paraguai. As indicações de compra variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00/saca, enquanto as pedidas dos produtores se mantêm entre R$ 70,00 e R$ 72,00/saca. No porto, o milho futuro para fevereiro de 2026 segue cotado a R$ 69,00/saca. Em Panambi, o preço da pedra permanece em R$ 59,00/saca, refletindo o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado gaúcho.

Produtores mantêm preços firmes e negócios travam em Santa Catarina

Em Santa Catarina, as negociações seguem travadas. Os produtores pedem valores próximos de R$ 80,00/saca, enquanto as indústrias oferecem cerca de R$ 70,00/saca, impedindo a concretização de novos acordos.

No Planalto Norte, as transações são pontuais e variam entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca, sem avanços significativos nas cotações.

Chuvas e falta de consenso travam negócios no Paraná

No Paraná, o mercado também apresenta baixa liquidez e ritmo lento de comercialização. As pedidas dos produtores giram em torno de R$ 75,00/saca, enquanto as ofertas das indústrias se mantêm em R$ 70,00/saca CIF, o que impede o fechamento de novos contratos.

Além disso, as chuvas localizadas começam a afetar algumas lavouras, especialmente nas regiões mais úmidas, gerando cautela entre os agentes do mercado.

Mato Grosso do Sul tem leve alta, mas liquidez segue limitada

Em Mato Grosso do Sul, as cotações do milho apresentam pequenas altas e estabilidade regional. Os preços variam entre R$ 51,00 e R$ 54,00/saca, com destaque para Maracaju e Chapadão do Sul, que registraram valorização na semana.

Mesmo assim, o mercado continua travado: produtores resistem a reduzir os preços, enquanto a demanda exportadora enfraquecida limita o avanço das negociações.

Milho fecha o dia estável na B3 com atenção ao clima e câmbio

Na B3 (Bolsa Brasileira de Mercadorias e Futuros), o milho encerrou a quarta-feira praticamente estável, refletindo a disputa entre fatores climáticos, cambiais e externos.

As cotações foram levemente impulsionadas pela alta de 0,93% em Chicago, mas contidas pela queda de 0,70% do dólar. O clima mais favorável no Centro-Oeste, com avanço do plantio da safra, e as chuvas intensas no Paraná, que causam impactos pontuais, foram determinantes para a cautela dos investidores.

O contrato de novembro/25 fechou a R$ 68,44, com leve alta de R$ 0,40 no dia; o de janeiro/26 subiu para R$ 71,78, e o de março/26 recuou para R$ 73,15. A combinação de estabilidade cambial e avanço do plantio manteve os preços dentro de uma faixa estreita de variação, com negócios pontuais de curto prazo.

Demanda nos EUA sustenta altas em Chicago

No mercado internacional, o milho negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o dia em alta, sustentado pela forte demanda doméstica nos Estados Unidos.

A produção de etanol norte-americano atingiu recorde histórico na semana encerrada em 31 de outubro, alcançando 1,123 milhão de barris por dia, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA).

O contrato de dezembro subiu 0,93%, a US$ 435,50/bushel, enquanto o de março avançou 1,07%, para US$ 449,50/bushel, impulsionando toda a cadeia de grãos e ração animal.

Fonte: Portal do Agronegócio

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