Publicado em: 06/11/2025 às 11:40hs
O mercado de milho no Brasil segue em ritmo lento, com baixa liquidez e poucos negócios concretizados em diferentes estados. Segundo a TF Agroeconômica, o cenário é resultado do descompasso entre pedidas dos produtores e ofertas das indústrias, o que tem mantido as negociações praticamente paralisadas.
No Rio Grande do Sul, a oferta interna limitada mantém o estado dependente da entrada de grãos de outras regiões e também do Paraguai. As indicações de compra variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00/saca, enquanto as pedidas dos produtores se mantêm entre R$ 70,00 e R$ 72,00/saca. No porto, o milho futuro para fevereiro de 2026 segue cotado a R$ 69,00/saca. Em Panambi, o preço da pedra permanece em R$ 59,00/saca, refletindo o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado gaúcho.
Em Santa Catarina, as negociações seguem travadas. Os produtores pedem valores próximos de R$ 80,00/saca, enquanto as indústrias oferecem cerca de R$ 70,00/saca, impedindo a concretização de novos acordos.
No Planalto Norte, as transações são pontuais e variam entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca, sem avanços significativos nas cotações.
No Paraná, o mercado também apresenta baixa liquidez e ritmo lento de comercialização. As pedidas dos produtores giram em torno de R$ 75,00/saca, enquanto as ofertas das indústrias se mantêm em R$ 70,00/saca CIF, o que impede o fechamento de novos contratos.
Além disso, as chuvas localizadas começam a afetar algumas lavouras, especialmente nas regiões mais úmidas, gerando cautela entre os agentes do mercado.
Em Mato Grosso do Sul, as cotações do milho apresentam pequenas altas e estabilidade regional. Os preços variam entre R$ 51,00 e R$ 54,00/saca, com destaque para Maracaju e Chapadão do Sul, que registraram valorização na semana.
Mesmo assim, o mercado continua travado: produtores resistem a reduzir os preços, enquanto a demanda exportadora enfraquecida limita o avanço das negociações.
Na B3 (Bolsa Brasileira de Mercadorias e Futuros), o milho encerrou a quarta-feira praticamente estável, refletindo a disputa entre fatores climáticos, cambiais e externos.
As cotações foram levemente impulsionadas pela alta de 0,93% em Chicago, mas contidas pela queda de 0,70% do dólar. O clima mais favorável no Centro-Oeste, com avanço do plantio da safra, e as chuvas intensas no Paraná, que causam impactos pontuais, foram determinantes para a cautela dos investidores.
O contrato de novembro/25 fechou a R$ 68,44, com leve alta de R$ 0,40 no dia; o de janeiro/26 subiu para R$ 71,78, e o de março/26 recuou para R$ 73,15. A combinação de estabilidade cambial e avanço do plantio manteve os preços dentro de uma faixa estreita de variação, com negócios pontuais de curto prazo.
No mercado internacional, o milho negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o dia em alta, sustentado pela forte demanda doméstica nos Estados Unidos.
A produção de etanol norte-americano atingiu recorde histórico na semana encerrada em 31 de outubro, alcançando 1,123 milhão de barris por dia, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA).
O contrato de dezembro subiu 0,93%, a US$ 435,50/bushel, enquanto o de março avançou 1,07%, para US$ 449,50/bushel, impulsionando toda a cadeia de grãos e ração animal.
Fonte: Portal do Agronegócio
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