Milho e Sorgo

Mercado de milho registra negociações lentas no Brasil e ajustes em Chicago

Preços do milho registram movimentos cautelosos no mercado interno, acompanhando ajustes nos contratos internacionais em Chicago, refletindo oferta e demanda globais


Publicado em: 03/09/2025 às 11:30hs

Mercado de milho registra negociações lentas no Brasil e ajustes em Chicago
Foto: Coopavel

O mercado de milho brasileiro segue com liquidez reduzida e preços regionais divergentes, mesmo diante de safras expressivas em estados como Paraná e Mato Grosso do Sul. No exterior, os contratos futuros em Chicago apresentam leve recuperação, impulsionados pelas exportações da safra 2024/25, enquanto o mercado brasileiro se mantém cauteloso.

Preços do milho travados em diferentes regiões do Brasil

No Rio Grande do Sul, o mercado apresenta baixa liquidez e negociações restritas, segundo a TF Agroeconômica. As referências de compra variam de R$ 66,00 a R$ 70,00 por saca, dependendo da cidade: Santa Rosa e Ijuí cotam R$ 66,00, Não-Me-Toque R$ 67,00, Marau, Gaurama e Seberi R$ 68,00, Arroio do Meio e Lajeado R$ 69,00 e Montenegro R$ 70,00. Para setembro, os pedidos no interior oscilam entre R$ 68,00 e R$ 70,00, enquanto no porto a referência para fevereiro/2026 é de R$ 69,00.

Em Santa Catarina, as negociações também estão lentas e com grande variação de preços. Campos Novos apresenta pedidos de R$ 80,00 por saca, frente a ofertas de R$ 70,00. No Planalto Norte, os pedidos são de R$ 75,00, com ofertas de R$ 71,00. Essa diferença tem levado alguns produtores a reduzir investimentos no próximo ciclo.

No Paraná, a produção recorde não tem sido suficiente para destravar o mercado. Produtores buscam preços próximos de R$ 73,00 a R$ 75,00 por saca, enquanto compradores mantêm ofertas abaixo de R$ 70,00. Ajustes pontuais foram observados em algumas regiões: Metropolitana de Curitiba a R$ 66,90, Oeste Paranaense a R$ 55,14, Norte Central a R$ 55,70 e Centro Oriental a R$ 57,19.

Em Mato Grosso do Sul, a comercialização começa a ganhar ritmo, mas ainda é lenta. As cotações variam entre R$ 45,00 e R$ 53,00 por saca, com destaque para Sidrolândia e o melhor valor registrado em Dourados. Apesar de ajustes pontuais, os preços ainda não são suficientes para estimular novos contratos.

Bolsa Brasileira: futuros do milho operam no campo misto

Na B3, os contratos futuros do milho apresentaram oscilações moderadas nesta quarta-feira (3). Por volta das 10h14, os preços variavam entre R$ 65,17 e R$ 73,60 por saca:

  • Setembro/25: R$ 65,17 (+0,28%)
  • Novembro/25: R$ 68,71 (-0,59%)
  • Janeiro/26: R$ 71,73 (-0,26%)
  • Março/26: R$ 73,60 (-0,24%)

O contrato de dezembro, mais próximo de negociação, encerrou a terça-feira (2) a R$ 69,15, queda de R$ 0,42 no dia. Setembro finalizou em R$ 64,95, com baixa de R$ 0,04 no dia e R$ 1,17 na semana. Janeiro/26 se manteve estável a R$ 71,97, acumulando ligeiro ganho semanal.

Chicago: contratos futuros se ajustam antes de dados do USDA

Nos Estados Unidos, os contratos futuros de milho abriram em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT), com leves correções antes da divulgação de dados do USDA. Por volta das 10h10, as cotações registravam:

  • Setembro/25: US$ 4,00 (-3 pontos)
  • Dezembro/25: US$ 4,19 (-3,5 pontos)
  • Março/26: US$ 4,37 (-3 pontos)
  • Maio/26: US$ 4,48 (-2,75 pontos)

Analistas do site Farm Futures destacam que o retrocesso pode ser temporário, enquanto o mercado aguarda possível revisão do USDA nas estimativas recordes de produtividade divulgadas em agosto. A produtividade média nacional projetada é de quase 189 bushels por acre, número considerado elevado por especialistas diante da seca tardia em algumas regiões do Centro-Oeste e problemas com doenças em outras áreas.

Exportações impulsionam alta internacional

Apesar da oscilação, o milho em Chicago registrou altas sustentadas pelo desempenho das exportações da safra 2024/25. O contrato de dezembro fechou a US$ 423,00 por bushel (+0,65%) e março a US$ 440,75 (+0,69%). O volume semanal de embarques foi de 1,407 milhão de toneladas, um aumento de 5,12%, elevando o total acumulado da safra para quase 67 milhões de toneladas, 28,6% acima do ciclo anterior.

O USDA projeta exportações de 73 milhões de toneladas para 2025/26, reforçando a relevância da demanda externa como fator central para sustentação dos preços internacionais do cereal.

Fonte: Portal do Agronegócio

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