Publicado em: 23/10/2025 às 11:10hs
O mercado físico do milho no Brasil enfrenta liquidez reduzida e negociações restritas, em especial entre pequenos consumidores, granjas e criadores locais. Em estados do Sul e Centro-Oeste, as ofertas não são absorvidas, e muitos agentes preferem aguardar melhores condições.
Ainda assim, muitos produtores mantêm preços pedidos relativamente elevados, indicando cautela diante da oferta restrita.
Sul do país
No Rio Grande do Sul, as indicações de compra giram entre R$ 67,00 e R$ 70,00 por saca, enquanto os pedidos se mantêm firmes entre R$ 70,00 e R$ 72,00. No mercado futuro para fevereiro de 2026, a cotação está em R$ 69,00/saca.
Em Santa Catarina, produtores pedem cerca de R$ 80,00/saca, mas as indústrias limitam suas ofertas a R$ 70,00/saca, mantendo quase nenhum movimento de negociação. Na região do Planalto Norte, negócios ocorrem entre R$ 71,00 e R$ 75,00, sem avanços expressivos.
Centro-Oeste e Norte
No Mato Grosso do Sul, os negócios são pontuais, com cotações entre R$ 48,00 e R$ 52,00/saca (região de Dourados como referência). Apesar de pequeno ajuste nos preços, produtores resistem em aceitar valores menores, enquanto a demanda externa está enfraquecida.
Em Paraná, mesmo com ampla oferta de grãos, a liquidez permanece baixa. Os produtores solicitam cerca de R$ 75,00/saca, ao passo que indústrias oferecem até R$ 70,00 CIF, limitando os negócios no mercado spot.
Outras praças
Cotações variam conforme o porto ou região:
No mercado internacional, os contratos futuros de milho na Chicago Board of Trade (CBOT) registraram leves altas. O vencimento dezembro/2025 fechou em torno de US$ 4,25/bushel, alta de 2 centavos (0,47%). O contrato março/2026 também subiu com avanço de 0,46%.
Esse movimento é apoiado por compras técnicas, pela valorização do petróleo e pela expectativa de avanço nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.
A cotação do dólar comercial recuou cerca de 0,20%, reduzindo a competitividade das exportações e contribuindo para contenção nos preços domésticos.
Além disso, a queda do dólar frente ao real reforça a oferta interna, já que importações ou preços atrelados a câmbio ficam menos pressionados.
Apesar de mercado externo com sinais positivos (altas futuras e otimismo comercial), internamente o mercado permanece travado. A divergência entre preços pedidos pelos produtores e propostas das indústrias impede maior ritmo de comercialização.
Com boa safra no verão e chuvas favoráveis, ainda há oferta, mas a pouca mobilização dos agentes torna o mercado pouco fluido.
Fonte: Portal do Agronegócio
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