Milho e Sorgo

Mercado de milho no Brasil segue com liquidez baixa; preços começam semana em alta na B3 e em Chicago

Oferta interna limitada e diferenças entre compradores e vendedores travam negócios no mercado nacional, enquanto contratos futuros sobem com apoio da demanda


Publicado em: 17/10/2025 às 11:30hs

Mercado de milho no Brasil segue com liquidez baixa; preços começam semana em alta na B3 e em Chicago
Foto: CNA

O mercado de milho no Brasil apresenta liquidez reduzida em diversos estados, refletindo tanto a cautela dos agentes quanto a distância entre preços pedidos por produtores e ofertas das indústrias. Apesar do cenário restritivo internamente, os contratos futuros acompanham movimento de alta, sustentados pelo bom ritmo de exportações e pelo mercado internacional.

Baixa liquidez trava negociações em estados produtores

Segundo a TF Agroeconômica, as negociações no Rio Grande do Sul permanecem pontuais, restritas a pequenos consumidores, como criadores e granjas. O abastecimento estadual ainda depende da entrada de grãos de outros estados e do Paraguai.

  • RS: ofertas entre R$ 67,00 e R$ 70,00/saca, enquanto produtores pedem R$ 70,00 a R$ 72,00/saca. No porto, contratos futuros para fevereiro/26 estavam em R$ 69,00/saca.
  • SC: produtores solicitam cerca de R$ 80,00/saca, mas as indústrias não ultrapassam R$ 70,00/saca, mantendo o mercado praticamente parado. No Planalto Norte, negócios se dão entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca.
  • PR: pedidos próximos de R$ 75,00/saca, com ofertas limitadas a R$ 70,00 CIF, travando o mercado spot mesmo com disponibilidade de grãos.
  • MS: cotações variam entre R$ 48,00 e R$ 52,00/saca, com Dourados apresentando os preços mais altos. Produtores resistem em reduzir valores, enquanto compradores se mantêm retraídos.
Preços futuros do milho sobem na B3

Na sexta-feira (17), os contratos futuros na B3 começaram o pregão em alta, com as principais cotações oscilando entre R$ 68,41 e R$ 72,76 por volta das 10h21.

  • Novembro/25: R$ 68,41 (+0,72%)
  • Janeiro/26: R$ 71,10 (+0,67%)
  • Março/26: R$ 72,76 (+0,57%)
  • Maio/26: R$ 71,57 (+0,52%)

O movimento acompanha o mercado internacional, que também opera em terreno positivo.

Mercado externo impulsiona preços

Os contratos futuros de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) registravam alta na manhã desta sexta:

  • Dezembro/25: US$ 4,24 (+2,25 pontos)
  • Março/26: US$ 4,37 (+1,75 ponto)
  • Maio/26: US$ 4,45 (+1,50 ponto)
  • Julho/26: US$ 4,51 (+1,75 ponto)

Segundo o site Farm Futures, os ganhos refletem o ritmo forte do mercado à vista, a robusta demanda de exportação e expectativas de que a colheita nos EUA apresente rendimentos abaixo do recorde previsto pelo USDA em setembro. Contudo, os aumentos podem ser limitados pela pressão da colheita acelerada, que ainda deve gerar uma safra recorde nos Estados Unidos, aumentando a oferta global em 2026.

Alta sustentada pela demanda interna e externa

Na B3, os contratos futuros fecharam em alta na quinta-feira (17), impulsionados pelo bom ritmo de exportações e pela firme procura da indústria de etanol no Brasil:

  • Novembro/25: R$ 67,93 (+R$ 0,42 no dia / +R$ 0,69 na semana)
  • Janeiro/26: R$ 70,68 (+R$ 0,21 no dia / +R$ 1,25 na semana)
  • Março/26: R$ 72,32 (+R$ 0,12 no dia / +R$ 0,37 na semana)

A Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) elevou a projeção de embarques de outubro para 6,459 milhões de toneladas, alta de 6,58% em relação à estimativa anterior.

Em Chicago, o milho também encerrou o pregão em terreno positivo, sustentado pela forte demanda e por dados da EIA que indicaram aumento na produção de etanol e redução nos estoques semanais, sinalizando maior consumo do cereal.

Fonte: Portal do Agronegócio

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