Milho e Sorgo

Mercado de milho no Brasil mantém baixa liquidez com pressão de preços no final do ano

Ritmo lento nas negociações e diferença entre preços de produtores e ofertas das indústrias marcam o setor, enquanto contratos futuros internacionais apresentam pouca movimentação antes do fim de ano


Publicado em: 19/12/2025 às 11:40hs

Mercado de milho no Brasil mantém baixa liquidez com pressão de preços no final do ano
Foto: Fernando Dias

O mercado de milho brasileiro segue com ritmo lento e liquidez restrita em diversas regiões, refletindo diferenças entre preços pedidos pelos produtores e ofertas das indústrias. Ao mesmo tempo, os contratos futuros internacionais apresentam pequenas variações, com poucos negócios antes do período de festas de final de ano.

Baixa liquidez marca o mercado de milho nos estados

No Rio Grande do Sul, segundo informações da TF Agroeconômica, os preços do milho seguem com ampla variação, oscilando entre R$ 58,00 e R$ 72,00 por saca. O preço médio estadual avançou para R$ 62,61/saca, registrando alta semanal de 0,71%, resultado de ajustes localizados em um mercado ainda restrito.

Em Santa Catarina, a distância entre preços pedidos e ofertas impede avanços nas negociações. Produtores indicam valores próximos de R$ 80,00/saca, enquanto indústrias operam em torno de R$ 70,00/saca. No Planalto Norte, os negócios registrados variam entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca, mas a falta de convergência mantém a liquidez limitada.

No Paraná, o cenário é semelhante: produtores pedem cerca de R$ 75,00/saca, enquanto indústrias oferecem R$ 70,00/saca CIF. Segundo a TF Agroeconômica, o impasse limita a movimentação no mercado spot, com negociações pontuais e sem força para alterar o quadro atual.

Já no Mato Grosso do Sul, o mercado apresenta liquidez reduzida, mas mantém viés firme em algumas regiões. As cotações variam entre R$ 52,00 e R$ 57,00/saca, com Chapadão do Sul registrando as maiores altas, enquanto Sidrolândia e Campo Grande permanecem estáveis, evidenciando um cenário regional desigual.

Preços internacionais do milho apresentam leve queda antes do Natal

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros de milho iniciaram a sexta-feira (19) com quedas moderadas. Por volta das 08h29 (horário de Brasília), o milho com vencimento em março/26 era cotado a US$ 4,43 por bushel, com recuo de 1,25 ponto. O maio/26 valia US$ 4,51 (-1,25 ponto), o julho/26 estava em US$ 4,57 (-1 ponto) e o setembro/26 a US$ 4,50 (-0,50 ponto).

Segundo o site internacional Successful Farming, o volume de negociações é baixo, típico da semana do Natal, e os preços permanecem estáveis diante das negociações diplomáticas entre EUA e Rússia para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia. “Os preços dos grãos negociados em ambos os lados permaneceram inalterados em meio às discussões em Berlim e novas reuniões programadas para Miami no fim de semana”, aponta Tony Dreibus, analista do site.

Mercado brasileiro de milho recua na B3 com menor movimentação

No mercado interno, os contratos futuros de milho na B3 encerraram a quarta-feira em baixa, refletindo realização de lucros e ritmo lento de negócios típico do final do ano. O contrato com vencimento em janeiro/26 fechou a R$ 71,17, recuo diário de R$ 0,73 e queda semanal de R$ 1,10. O vencimento março/26 terminou em R$ 75,58, baixa diária de R$ 0,33, mas alta semanal de R$ 0,43, enquanto o contrato de maio/26 fechou a R$ 74,83, perda diária de R$ 0,28 e avanço semanal de R$ 0,47.

Segundo a TF Agroeconômica, o mercado brasileiro enfrenta menor interesse de compradores e vendedores, gerando ambiente fraco para os preços. Em contrapartida, o mercado internacional apresenta suporte devido a exportações firmes e desempenho recorde do setor de etanol nos EUA, que consome cerca de 40% do milho produzido internamente.

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros reagiram positivamente à demanda consistente e ao setor de etanol, com o vencimento março/26 subindo 0,91%, a US$ 4,44, e o maio/26 avançando 1,01%, a US$ 4,52. O milho norte-americano se mostra competitivo no mercado asiático diante da menor oferta do Brasil e da Ucrânia.

Fonte: Portal do Agronegócio

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