Milho e Sorgo

Mercado de milho mantém lentidão nas negociações, mas contratos sobem na B3 com apoio do clima e exportações

Baixa liquidez domina o mercado de milho no Sul e Centro-Oeste


Publicado em: 04/11/2025 às 11:30hs

Mercado de milho mantém lentidão nas negociações, mas contratos sobem na B3 com apoio do clima e exportações

O mercado de milho segue com pouca movimentação e negócios travados nas principais regiões produtoras do país, segundo levantamento da TF Agroeconômica.

No Rio Grande do Sul, a oferta interna permanece limitada, e o estado continua dependente da entrada de grãos de outras regiões e do Paraguai. As indicações de compra variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00 por saca, enquanto as pedidas seguem firmes entre R$ 70,00 e R$ 72,00/saca. Nos portos, o milho futuro para fevereiro de 2026 mantém cotação em R$ 69,00/saca.

Em Santa Catarina, o cenário é semelhante. Produtores resistem em vender por menos de R$ 80,00/saca, enquanto as indústrias ofertam cerca de R$ 70,00/saca, o que mantém as negociações praticamente paradas. No Planalto Norte, as transações seguem pontuais, com valores entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca, sem avanços expressivos.

Paraná também enfrenta compasso de espera nas negociações

No Paraná, o mercado segue travado pela diferença entre os preços pedidos e ofertados. Os produtores pedem valores próximos de R$ 75,00/saca, enquanto as indústrias oferecem cerca de R$ 70,00 CIF, o que impede o fechamento de novos contratos.

Mesmo com boa disponibilidade de grãos, o mercado spot permanece estagnado, com baixa liquidez e sem sinal de retomada no curto prazo.

Mato Grosso do Sul foca em bioenergia, mas negócios seguem fracos

No Mato Grosso do Sul, o foco do mercado está voltado para o segmento de bioenergia, mas os negócios seguem limitados. As cotações subiram levemente, variando entre R$ 49,00 e R$ 54,00/saca, com Dourados registrando as maiores referências.

Apesar das pequenas altas, produtores resistem a vender a preços menores, enquanto a demanda exportadora enfraquecida limita qualquer reação mais consistente.

Clima e demanda externa impulsionam alta do milho na B3 e em Chicago

Na Bolsa Brasileira (B3), o milho encerrou a segunda-feira em alta, influenciado pelas preocupações climáticas e pela valorização em Chicago. O movimento de compra foi sustentado pela lentidão nas negociações internas e pelo risco climático crescente, com previsão de chuvas intensas no Sul e seca no Centro-Oeste, o que pode atrasar o plantio da soja e, consequentemente, da safrinha de milho.

De acordo com o Cepea, os preços do milho no mercado físico seguem em alta, sustentados pela retenção dos vendedores, que priorizam o trabalho nas lavouras e esperam valorização adicional. Além disso, a paridade de exportação favorável tem estimulado essa postura.

As altas só não foram maiores porque parte das indústrias está utilizando estoques próprios, reduzindo a necessidade imediata de novas compras.

Desempenho dos contratos na B3 e na CBOT

Na B3, o contrato de novembro/25 fechou em R$ 68,35/saca, alta de R$ 0,35 no dia e R$ 0,44 na semana. O janeiro/26 avançou R$ 0,65, encerrando a R$ 72,09/saca, enquanto o março/26 subiu para R$ 74,02/saca, com ganho semanal de R$ 1,14.

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o milho também registrou valorização. O contrato dezembro/25 subiu 0,64%, cotado a US$ 434,25/bushel, e o março/26 avançou 0,51%, para US$ 446,25/bushel.

O suporte veio de bons dados de exportação dos Estados Unidos, com embarques 34% maiores na semana e 64% acima do acumulado anual anterior, o que reforça o otimismo no mercado internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

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