Milho e Sorgo

Mercado de milho enfrenta volatilidade: preços caem na B3 e oferta interna segue limitada

Preços recuam nos contratos futuros e em Chicago


Publicado em: 23/09/2025 às 11:30hs

Mercado de milho enfrenta volatilidade: preços caem na B3 e oferta interna segue limitada
Foto: FMC

O mercado de milho iniciou a semana com quedas generalizadas nos contratos futuros, refletindo a pressão da colheita americana e a redução temporária de impostos sobre exportações na Argentina. Segundo a TF Agroeconômica, a suspensão das Retenciones de 9,5% sobre o milho argentino aumenta a competitividade do produto vizinho frente ao cereal brasileiro, pressionando os preços internos.

Na B3, os contratos encerraram a sessão em baixa:

  • Novembro/25: R$ 66,57/saca (-R$ 0,77)
  • Janeiro/26: R$ 69,27/saca (-R$ 0,77)
  • Março/26: R$ 72,40/saca (-R$ 0,79)

Já em Chicago, o contrato de dezembro recuou 0,53%, para US$ 421,75/bushel, enquanto março caiu 0,57%, a US$ 438,75/bushel. A pressão vem da colheita americana, estimada entre 10% e 13% da safra, e do aumento da concorrência sul-americana.

Mercado físico brasileiro segue firme apesar da concorrência

No mercado interno, o milho mantém preços estáveis, com vendedores cautelosos e volumes ofertados reduzidos. Dados do Cepea indicam que até 18 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) registrava média de R$ 64,92/saca de 60 kg, o maior valor em três meses.

A demanda externa também contribui para a sustentação do mercado: nos primeiros dez dias úteis de setembro, o Brasil exportou 3,05 milhões de toneladas, quase metade do volume total de setembro de 2024. O ritmo é impulsionado por vendas robustas dos EUA para o México e embarques semanais superiores a 1 milhão de toneladas.

Cenário regional mostra diferenças marcantes

Rio Grande do Sul

O mercado gaúcho segue com liquidez baixa e negócios limitados. Conforme a TF Agroeconômica, os preços variam de R$ 67,00 a R$ 70,00/saca, dependendo da cidade. Em Santa Rosa e Ijuí, a referência é R$ 67,00/saca; R$ 68,00 em Não-Me-Toque e Seberi; R$ 69,00 em Marau e Gaurama; e R$ 70,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. Para setembro, os pedidos ficam entre R$ 68,00 e R$ 70,00/saca, enquanto no porto a referência futura para fevereiro/2026 é de R$ 69,00/saca.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, as boas condições climáticas do novo ciclo ainda não foram suficientes para equilibrar o mercado, que enfrenta crise de abastecimento e queda de preços. Em Campos Novos, os produtores pedem R$ 80,00/saca, enquanto as ofertas não passam de R$ 70,00. No Planalto Norte, os pedidos alcançam R$ 75,00 contra ofertas de R$ 71,00, dificultando a concretização de negócios e fazendo com que alguns agricultores repensem investimentos para o próximo ciclo.

Paraná

O mercado paranaense permanece travado, com preços pedidos pelos produtores em média de R$ 73,00/saca FOB e chegando a R$ 75,00 em algumas praças. A indústria, por sua vez, oferece valores abaixo de R$ 70,00 CIF, mantendo o mercado spot praticamente parado devido à cautela dos vendedores e à oferta limitada.

Mato Grosso do Sul

Com a colheita finalizada, o estado apresenta diferenças regionais marcantes. As cotações variam entre R$ 48,00 e R$ 53,00/saca, com Dourados registrando os melhores preços. Apesar de pequenas quedas pontuais, a estabilidade predomina. A oferta restrita mantém o ritmo lento do mercado spot, com vendedores ofertando lotes a valores mais altos e compradores domésticos em espera.

Perspectivas para o mercado de milho

A combinação de maior oferta argentina, avanço da colheita americana e firmeza do mercado doméstico cria desafios para a competitividade do milho brasileiro no cenário internacional. Apesar disso, a demanda externa continua sendo um fator de sustentação, especialmente diante dos embarques regulares e robustos para países como México.

Fonte: Portal do Agronegócio

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