Publicado em: 21/08/2025 às 11:30hs
O mercado brasileiro de milho apresenta cenário desafiador, mesmo com a safra recorde avançando em várias regiões. Segundo levantamento da TF Agroeconômica, produtores enfrentam dificuldades para fechar negócios devido à diferença entre preços pedidos e ofertas efetivas.
No Rio Grande do Sul, a dependência do milho externo é forte e o mercado permanece travado. As indicações de compra variam de R$ 65,00 a R$ 68,00 por saca em cidades como Santa Rosa, Ijuí, Marau, Gaurama, Seberi, Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. Para agosto, os pedidos oscilam entre R$ 68,00 e R$ 70,00 no interior, enquanto no porto o preço futuro para fevereiro de 2026 está em R$ 70,00/saca.
Em Santa Catarina, a liquidez também é limitada, pressionando os produtores. Em Campos Novos, as pedidas chegam a R$ 80,00/saca, contra ofertas de até R$ 70,00. No Planalto Norte, solicitações estão em R$ 75,00, enquanto ofertas giram em torno de R$ 71,00, dificultando os negócios e levando alguns agricultores a reduzir investimentos para o próximo ciclo.
O Paraná acompanha tendência semelhante. Produtores pedem R$ 73,00/saca FOB, chegando a R$ 75,00 em algumas localidades, enquanto compradores oferecem menos de R$ 70,00 CIF, travando as negociações. Leves ajustes para cima foram registrados em levantamentos regionais: Metropolitana de Curitiba a R$ 66,90, Oeste Paranaense a R$ 55,14, Norte Central a R$ 55,70 e Centro Oriental a R$ 57,19, com variações entre R$ 54,00 e R$ 64,00/saca.
No Mato Grosso do Sul, a colheita está atrasada em relação ao ano anterior, mas com produtividade maior. O comércio segue lento, com cotações entre R$ 45,00 e R$ 52,00/saca. Apesar de leves altas nos últimos dias, não há estímulo suficiente para movimentar o mercado, e produtores e compradores permanecem resistentes em fechar contratos.
Enquanto o mercado interno enfrenta liquidez baixa, os contratos de milho apresentam movimentos distintos entre B3 e Bolsa de Chicago. No Brasil, os preços futuros recuaram devido à realização de lucros após sequência de altas recentes e à queda do dólar, que reduz a competitividade do milho nacional no exterior.
No fechamento, os contratos na B3 ficaram assim:
Em Chicago, por outro lado, o milho registrou leve alta, impulsionada por compras de oportunidade diante de preços mais baixos no mercado norte-americano. Os contratos encerraram assim:
A recuperação ocorre mesmo com a supersafra nos Estados Unidos, equilibrada por demanda aquecida. Levantamentos do ProFarmer indicam produtividade acima da média histórica em Indiana e Nebraska, e exportadores confirmam novas vendas para México e Colômbia.
Com isso, o mercado de milho brasileiro segue dividido, refletindo pressões internas, liquidez limitada, força do dólar e a dinâmica da oferta norte-americana, impactando a competitividade internacional do produto.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias