Milho e Sorgo

Exportações aquecem preços do milho, mas baixa demanda interna freia valorização

Mercado interno encontra equilíbrio instável


Publicado em: 08/09/2025 às 18:20hs

Exportações aquecem preços do milho, mas baixa demanda interna freia valorização

O mercado nacional de milho enfrenta um momento de instabilidade, mesmo diante do aumento nas exportações e da expectativa de uma safra recorde. A oferta restrita pelos produtores brasileiros, combinada com a demanda externa aquecida, tem dado suporte aos preços, mas o consumo doméstico lento limita altas mais expressivas, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Produtores priorizam exportações

De acordo com o Cepea, os produtores nacionais têm optado por reduzir a oferta no mercado spot ou manter pedidos firmes em novos negócios, motivados pela valorização nos portos e pela melhoria da paridade de exportação. "Há uma mudança clara no comportamento dos vendedores, que estão priorizando as negociações externas diante do melhor retorno financeiro", apontam os pesquisadores.

Consumo interno segue retraído

Enquanto isso, indústrias e cooperativas permanecem conservadoras, utilizando estoques existentes e aguardando possíveis pressões de venda à medida que a colheita avança e os armazéns se aproximam da capacidade máxima. Analistas destacam que o ritmo de negociação interna abaixo do esperado impede avanços mais significativos nos preços domésticos.

Exportações em alta impulsionam mercado

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pelo Cepea, indicam que os embarques de milho em agosto de 2025 foram 18% superiores ao mesmo mês de 2024. O volume exportado atingiu 6,84 milhões de toneladas, representando um aumento de 13% na comparação anual. Esse desempenho é impulsionado por negociações antecipadas e pela competitividade do milho brasileiro frente a outros fornecedores internacionais.

Fatores climáticos e safra global influenciam preços

Apesar da pressão positiva do mercado externo, o clima e o volume colhido nas principais regiões produtoras ainda podem impactar as cotações. A previsão de uma safra volumosa no Brasil e nos Estados Unidos tende a aumentar a oferta global, contribuindo para o equilíbrio dos preços. Analistas reforçam que o comportamento dos produtores diante de estoques elevados e da expansão das exportações será decisivo para os próximos meses.

Expectativa e cautela marcam o mercado

O cenário atual combina otimismo com cautela: a demanda internacional sustenta os preços, mas o consumo interno contido e a oferta abundante mantêm o mercado em compasso de espera. Nos próximos meses, a evolução da colheita e o ritmo dos embarques serão determinantes para definir o rumo das cotações do milho.

Fonte: Portal do Agronegócio

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