Milho e Sorgo

Estiagem reduz potencial de produção de soja e milho no RS, diz Emater

Apesar das perdas, avaliação diz que desempenho poderá ser compensado por rendimentos positivos no centro e norte do Estado


Publicado em: 10/04/2015 às 17:50hs

Estiagem reduz potencial de produção de soja e milho no RS, diz Emater

A falta de chuvas no extremo sul do Rio Grande do Sul, em especial no mês de março, reduziu o potencial produtivo da soja e do milho na safra 2014/15. A Emater calcula perdas de mais de 30% em algumas áreas. Por enquanto, a previsão é de que o resultado da safra de grãos total não seja prejudicado, com perspectiva de colheita recorde. Conforme a avaliação, o pior desempenho do sul deverá ser compensado pelos rendimentos superiores no centro e no norte do Estado.

Evair Ehlert, responsável pela área de produção vegetal da Emater-RS na Zona Sul do RS - que engloba 22 municípios - explicou que, com aproximadamente 45% da área de soja colhida, a perda média na região é de 30%. "O problema mais crítico ocorre nas cidades que já decretaram situação de emergência pela estiagem, como Jaguarão, Herval e Canguçu", contou. Considerando o valor de referência de R$ 65 a saca de soja, a previsão da Emater-RS era de que a Zona Sul registre receita de R$ 800 milhões com a comercialização da safra de soja.

Com a quebra registrada até o momento, segundo ele, deixarão de circular R$ 234 milhões. "Como as áreas que vamos colher daqui para frente foram na maior parte plantadas em dezembro, que não é a janela ideal, existe a possibilidade de que o porcentual de perda aumente, principalmente se levarmos em conta que em algumas cidades não choveu nos últimos dias", revelou.

No caso do milho, os prejuízos são ainda mais significativos, já que a cultura é mais suscetível à estiagem. "Além disso, é característico da nossa região plantar no verão o arroz, depois a soja e só depois o milho. A seca pegou as lavouras de milho no período de desenvolvimento." De acordo com Ehlert, até agora as lavouras do cereal têm perda de mais de 40%. Tomando como base a saca a R$ 25, o prejuízo, em termos de receita, supera os R$ 38 milhões.

A boa notícia, no que se refere ao milho, é que a ocorrência de chuvas volumosas nos próximos dias ainda poderia beneficiar as lavouras e gerar ganho de qualidade à cultura. Por enquanto, é consenso que, apesar da quebra de safra em alguns municípios, a situação não deve impactar as projeções de produção recorde de grãos no Rio Grande do Sul - primeiro porque a área plantada no sul do Estado é pouco representativa e segundo porque a alta produtividade apresentada em outras regiões deve compensar o desempenho abaixo da média das cidades afetadas pela estiagem.

"Temos uma produtividade muito boa no centro e no norte", afirmou o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Paulo Pires. "Estamos trabalhando com colheita próxima dos 15 milhões de toneladas para soja e cinco milhões de toneladas para o milho, já embutindo esta perspectiva de perda na região sul. A não ser em casos pontuais, teremos uma excelente safra."

A estimativa coincide com a apresentada pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). "A expectativa é de que se mantenham os níveis de produção que já foram levantados. Essas variações (de produtividade) já estavam visualizadas, é uma situação normal de oscilação de uma região ou outra", disse o presidente das comissões de grãos da entidade, Jorge Rodrigues.

A Emater-RS também mantém a projeção de uma safra recorde no RS - 14,84 milhões de toneladas de soja e 5,46 milhões de toneladas de milho, conforme dados divulgados no mês passado.

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

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