Publicado em: 26/09/2025 às 11:35hs
A Emater/RS-Ascar, em parceria com a Rede Técnica Cooperativa (RTC), iniciou em 2025 uma ação conjunta para monitorar a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), atualmente considerada a principal praga da cultura no Rio Grande do Sul. A iniciativa envolve aproximadamente 50 municípios, com técnicos visitando semanalmente propriedades rurais para troca de armadilhas e contagem dos insetos capturados.
Os dados coletados serão enviados à RTC, responsável por consolidar as informações e elaborar um mapa estadual da ocorrência da praga, permitindo ações de manejo mais precisas.
Segundo o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Elder Dal Prá, esta é a primeira vez que o monitoramento é realizado de forma articulada entre Emater e RTC. Antes, as ações eram isoladas, feitas individualmente por cooperativas ou extensionistas.
“A cigarrinha-do-milho é relativamente recente no estado, com registros desde as safras de 2020 e 2021. Embora cause poucos danos diretos à planta, o inseto transmite patógenos responsáveis por enfezamentos e outras doenças virais, que não têm controle e podem comprometer a produtividade das lavouras”, alerta o especialista.
O monitoramento permite oferecer dados confiáveis que subsidiam ações estratégicas de controle. “Nem todas as cigarrinhas estão contaminadas. Para transmitir doenças, o inseto precisa se alimentar de uma planta infectada. Por isso, em alguns pontos do Estado, amostras são coletadas e enviadas para testes moleculares, identificando a presença de bactérias e vírus associados aos enfezamentos”, explica Elder.
O ciclo da cigarrinha-do-milho dura cerca de 45 dias em condições favoráveis. Os insetos vivem em colônias no cartucho e nas folhas jovens do milho, e o manejo recomendado é integrado, incluindo:
Para agricultores como Jesus Amilton Amaral, de Lindolfo Collor, o monitoramento é essencial. “A cigarrinha começou a aparecer há alguns anos e, no ano passado, um pedaço da lavoura não produziu nada. Essas armadilhas indicam a presença da praga e nos permitem agir antes que o problema se agrave”, afirma.
Amilton conta que a dedicação diária à lavoura exige atenção e aprendizado constante. “Já faz dois meses que nem volto para minha casa na cidade. Cada dia no campo é uma oportunidade de aprender. Esse monitoramento traz segurança para continuar produzindo, mesmo diante das dificuldades”, acrescenta.
Com a parceria entre Emater/RS-Ascar e RTC, a expectativa é fortalecer a rede de informações e fornecer orientações precisas aos agricultores, contribuindo para a proteção e sustentabilidade da produção de milho no Rio Grande do Sul.
Fonte: Emater/RS-Ascar
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