Milho e Sorgo

Custo do milho em Mato Grosso aumenta e produtores ainda não recuperam todos os gastos

Alta nos insumos e na depreciação elevam custos de produção da safra 2025/26


Publicado em: 23/10/2025 às 10:10hs

Custo do milho em Mato Grosso aumenta e produtores ainda não recuperam todos os gastos
Foto: Ihara

O custo de produção do milho em Mato Grosso segue em alta, e os produtores ainda não conseguem cobrir integralmente todas as despesas da safra 2025/26. Levantamentos do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que, apesar de o preço do cereal cobrir parte dos custos operacionais, a recuperação total, incluindo depreciação e pró-labore, ainda não é possível.

Custo total da safra sobe em setembro

Segundo o Imea, o custeio do milho em setembro de 2025 foi estimado em R$ 3.305,87 por hectare, aumento de 0,32% em relação a agosto, resultado da valorização de insumos.

O Custo Operacional Efetivo (COE) chegou a R$ 4.792,45 por hectare (+0,20% mensal), enquanto o Custo Operacional Total (COT) atingiu R$ 5.381,07 por hectare (+0,17%). Esses números incluem depreciação e pró-labore do produtor.

Para cobrir os diferentes níveis de custo, considerando a produtividade média das últimas três safras (116,61 sacas por hectare), o milho precisaria ser vendido a:

  • R$ 28,35 para cobrir o custeio;
  • R$ 41,10 para o COE;
  • R$ 46,15 para o COT.

Em setembro, o preço ponderado da saca de milho foi de R$ 44,67, suficiente para cobrir o custeio e o COE, mas ainda abaixo do COT, indicando que o produtor não recupera integralmente todos os custos da safra.

Insumos do milho: alta expressiva em relação a 2024

O levantamento também aponta que os custos médios com insumos chegaram a R$ 2.922,01 por hectare, alta de 2,85% em relação a setembro de 2024. Entre os itens que mais impactaram, estão:

  • Sementes: +1,09%;
  • Macronutrientes (NPK): +10,12%, totalizando R$ 1.289,31 por hectare.

O Imea destaca que essas variações reforçam a importância da relação de troca como ferramenta estratégica para decisões de compra, especialmente no início da safra, quando se concentram as aquisições de insumos.

Relação de troca de fertilizantes

Para adquirir uma tonelada de ureia e uma de MAP, o produtor precisa entregar, respectivamente, 76,66 e 102,79 sacas de milho.

  • A relação de troca da ureia subiu 13,62% frente a setembro de 2024;
  • A relação de troca do MAP caiu 3,39%, considerada mais favorável ao produtor.

Segundo o Imea, essas variações indicam oportunidades pontuais no mercado de fertilizantes e reforçam a importância de estratégias de compra antecipadas para otimizar os custos e reduzir riscos.

Perspectivas para a safra 2025/26

O cenário evidencia que, mesmo com aumento nos preços do milho, os produtores devem manter atenção às estratégias de compra de insumos, à produtividade e à gestão de custos para garantir a sustentabilidade econômica da safra.

“A tomada de decisão antecipada tem papel central na eficiência econômica da safra”, conclui o Imea.

Fonte: Portal do Agronegócio

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