Milho e Sorgo

Crescimento de 288% na movimentação de soja e milho fortalece o Arco Amazônico como corredor logístico

Portos privados dominam escoamento na Região Norte


Publicado em: 21/08/2025 às 12:00hs

Crescimento de 288% na movimentação de soja e milho fortalece o Arco Amazônico como corredor logístico

O Arco Amazônico, que abrange terminais portuários ao longo do rio Amazonas e seus afluentes, incluindo áreas abaixo da Baía de Marajó, tem se consolidado como rota estratégica para a logística nacional. Em 2024, a movimentação total de cargas na região chegou a 87,8 milhões de toneladas, considerando operações de longo curso e cabotagem, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior.

Desse total, cerca de 64% foram movimentados por Terminais de Uso Privado (TUPs), evidenciando a participação crescente da iniciativa privada no escoamento de mercadorias na Região Norte.

Soja, milho e granel sólido lideram movimentação

Segundo levantamento da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), que reúne 70 terminais privados, os destaques em 2024 foram:

  • Bauxita: 23,9 milhões de toneladas
  • Soja: 17,1 milhões de toneladas
  • Milho: 13,7 milhões de toneladas

Além disso, a região registrou 9,9 milhões de toneladas de carga conteinerizada e movimentou produtos químicos inorgânicos (5,7 milhões de toneladas), petróleo e derivados sem óleo bruto, adubos, fertilizantes e soda cáustica.

Movimentação de soja e milho cresce 288% em uma década

O estudo da ATP mostra que, nos últimos dez anos, o transporte de soja e milho no Arco Amazônico aumentou 288,1%, um crescimento muito superior ao registrado em portos tradicionais. Para comparação:

  • Porto de Santos: crescimento de 55,3%
  • Porto de Paranaguá: crescimento de 17,2%

Em 2024, a região movimentou 30,9 milhões de toneladas de soja e milho, representando 22,8% do total nacional, estimado em 135,3 milhões de toneladas. Em números absolutos, Santos concentrou 43,9 milhões de toneladas (32,4%) e Paranaguá 14,3 milhões de toneladas (10,6%).

A ATP ressalta que, embora os volumes somados dos portos tradicionais ainda superem os do Arco Amazônico, o crescimento proporcional evidencia uma mudança na geografia da exportação de grãos no Brasil.

Desafios logísticos em 2024 e 2025

A região enfrenta dificuldades decorrentes de estiagem prolongada, que reduziu os níveis dos rios, e atrasos nas dragagens de manutenção, afetando a capacidade de carregamento das embarcações. Nos primeiros cinco meses de 2025, a movimentação de soja e milho caiu 8,7%, com um volume de 13,3 milhões de toneladas, comparado ao mesmo período de 2024.

Investimentos e projetos para fortalecer a navegação

Para superar essas restrições, a ATP intensifica esforços para fortalecer a navegação na Região Norte. Entre as iniciativas estão:

  • Projeto da Barra Norte: busca ampliar o calado autorizado e aumentar a eficiência logística.
  • Dragagens estratégicas: o Comitê de Infraestrutura da ATP trabalha junto ao DNIT e ao Ibama, incluindo intervenções no rio Tapajós, para viabilizar melhorias no transporte fluvial.

Fonte: Portal do Agronegócio

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