Publicado em: 18/10/2024 às 11:30hs
Os produtores de milho no Paraná registraram um aumento significativo de 26% nos preços recebidos em outubro deste ano, comparado ao mesmo período de 2023. No entanto, o custo de produção de frangos, cuja alimentação é uma das variáveis mais importantes, também teve alta, com um aumento de 9,2% quando comparados os meses de setembro de 2023 e 2024.
Essas informações fazem parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária, que abrange a semana de 11 a 17 de outubro, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O relatório também aborda a produção de cevada, cenoura, além do desempenho comercial de leite e suínos.
Na última semana, os produtores de milho paranaenses receberam R$ 55,58 pela saca de 60 quilos. Em outubro de 2023, o valor era de R$ 44,02. Esse cenário positivo no mercado interno pode ser explicado pela valorização cambial de 16% frente ao real, somada ao período de entressafra, que gera maior demanda pelo cereal.
A alimentação dos frangos de corte, na qual o milho é um dos principais componentes, correspondeu a 65,95% do custo total de produção no Paraná. O custo total foi de R$ 4,61 por quilo de frango em setembro de 2024, segundo dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), da Embrapa. Esse valor representa um aumento de 9,2% em relação aos R$ 4,22 por quilo registrados em setembro de 2023. O custo específico da alimentação subiu para R$ 3,04 por quilo, uma alta de 7,8% em comparação aos R$ 2,82 por quilo do ano anterior.
O boletim também aborda a expectativa de uma colheita de 291 mil toneladas de cevada em 2024, desde que as condições climáticas sejam favoráveis. No entanto, há preocupação com chuvas previstas para os próximos 10 dias, que podem prejudicar a colheita, como aconteceu em 2023, especialmente na região de Guarapuava. Se o clima colaborar, a produção nacional de cevada para malte poderá superar os níveis do ano anterior.
Em 2023, o Paraná produziu 131,3 mil toneladas de cenoura em 3,8 mil hectares, gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 312,9 milhões. A região de Apucarana, responsável por 58,4% da produção, tem Marilândia do Sul como o município de maior destaque, com 67,5 mil toneladas colhidas. Nas unidades da Ceasa no Paraná, foram comercializadas 41,8 mil toneladas de cenoura no ano passado, movimentando R$ 109,2 milhões.
Neste ano, a produção superou as expectativas, levando a uma queda nos preços. Em setembro, o produtor recebeu R$ 1,43 por quilo, uma redução de 63,7% em relação aos R$ 3,82 de janeiro. No varejo, o quilo da cenoura foi vendido a R$ 2,84 em setembro, contra R$ 8,20 no início do ano, uma queda de 65,3%.
Entre janeiro e setembro de 2024, o Paraná importou 6,1 mil toneladas de produtos lácteos, como leite em pó e queijo muçarela, uma redução de 42% em relação ao mesmo período de 2023. Essa diminuição nas importações beneficiou os produtores locais, que receberam, em média, 16,8% a mais por litro de leite entregue à indústria. Entretanto, os consumidores pagaram 25,6% a mais pelo litro de leite longa vida nos supermercados, que passou de R$ 4,25 para R$ 5,34.
No mercado de suínos, o Paraná manteve-se como o principal exportador de carne industrializada, representando 37% das 7 mil toneladas enviadas pelo Brasil no ano passado. O Paraguai foi o principal destino da carne suína processada, com 86% das exportações vindas do Paraná. Nos primeiros nove meses de 2024, o Brasil já exportou 6,8 mil toneladas de carne suína industrializada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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