Publicado em: 24/07/2013 às 12:10hs
Com esse volume, o Estado já injetou no mercado mais de 11 milhões de toneladas do novo ciclo, o que pressiona ainda mais as cotações. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) projeta uma produção total de 17,37 milhões de toneladas, que se confirmada implicará em alta de 11,5% sobre a safra anterior de 15,58 milhões, até então recorde no Estado.
Como destaca o Boletim do Milho, divulgado ontem pelo Imea, a colheita registrou na semana passada uma evolução de 17,1 pontos percentuais (p.p.) sobre a semana anterior, o maior avanço desta safra. Em relação ao mesmo período do ano passado, o atraso é de 9,61 p.p.
Com o rápido avanço da colheita e falta de estrutura para armazenagem, muitos produtores estão estocando em silos-bolsas, e outros, ainda, armazenando a céu aberto. “O problema de armazenagem se agrava a cada dia, em decorrência do avanço da colheita, e os baixos preços do milho que desestimulam os negócios, podem frear o ritmo acelerado da colheita no Estado, sobretudo, na região médio norte, obrigando os produtores a permanecer com o milho nas lavouras por mais tempo”, aponta o Boletim.
O destaque desse levantamento é a região médio norte, que concentra mais da metade da área do Estado, 53%, e já possui 67,9% da área concluída, com produtividade ponderada sobre a área colhida de 110 sacas por hectare (sc/há), frente à média de 100 sc/ha de Mato Grosso. Nessa região, alguns municípios se apresentam ainda mais adiantados, como Lucas do Rio Verde, com 80%. Com isso, a região se destaca perante as outras, sobretudo, a região centro sul que apresenta os volumes de colheita mais atrasados do Estado, 37,8%.
MERCADO INTERNO - O mercado do milho mato-grossense continua andando a passos lentos, com preços indicados pelos compradores abaixo dos pedidos pelos produtores, e na maior parte das vezes abaixo até mesmo do custo de produção, freando o ritmo das negociações.
As médias nas cotações do milho, em Mato Grosso, recuaram na semana 5,7%, encerrando em média a R$ 10,88/sc, bem abaixo do custo de produção dele, que para a safra 2012/13 gira em média de R$ 16,54/sc. Durante toda a semana passada, as máximas nas cotações atingiram R$ 14,64/sc em Rondonópolis, na sexta-feira, justificando a necessidade neste momento de intervenções do governo federal.
A semana encerrou com o milho cotado a R$ 9,50/sc em Sorriso, queda semanal de 7,3%. “Com dificuldade de estocagem, muitos agricultores acabam vendendo o milho com preços que não cobrem seu custo de produção. Outros, no entanto, acabam por recorrer aos leilões”, completam os analistas do Imea.
EXPORTAÇÃO - Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Mato Grosso exportou 116,8 mil toneladas de milho em junho deste ano, o maior volume embarcado neste período desde 2007. “Se comparado a junho de 2012, as exportações deste último mês somaram 111,9 mil toneladas a mais. O maior importador do grão foram os Estados Unidos, que compraram 46,5 mil toneladas, o equivalente a 40% do total, uma vez que o preço do milho, do contrato de setembro, no porto dos EUA está em média 34% mais caro que o milho em Paranaguá”. A Espanha ficou em segundo lugar, representando 21% das exportações do Estado. Em seguida a Colômbia, com 19% de participação, Portugal, 13%, a Itália, 5%, e os demais países com 3% do volume total. “Com o avanço contínuo da colheita do milho, em Mato Grosso, é esperado para o próximo mês um volume ainda maior de exportações”.
Fonte: Diário de Cuiabá
◄ Leia outras notícias