Milho e Sorgo

Coamo apresenta projeto para construção da primeira usina de etanol de milho no Paraná

A informação foi compartilhada pelo presidente-executivo, Airton Galinari, em entrevista à Reuters nesta terça-feira


Publicado em: 06/12/2023 às 12:00hs

Coamo apresenta projeto para construção da primeira usina de etanol de milho no Paraná

A Coamo Agroindustrial, maior cooperativa agrícola do Brasil, planeja apresentar em uma assembleia de cooperados, agendada para o próximo dia 13, o projeto para a construção da primeira usina de etanol exclusivamente de milho no estado do Paraná. A informação foi compartilhada pelo presidente-executivo, Airton Galinari, em entrevista à Reuters nesta terça-feira.

A usina proposta pela Coamo tem o potencial de produzir 258 milhões de litros de etanol por ano e 180 mil toneladas por ano do coproduto do processamento conhecido como DDG (grãos secos de destilaria, em inglês), utilizado na fabricação de ração.

Segundo o executivo, a usina de etanol de milho da Coamo poderia processar aproximadamente 20% do milho recebido pela cooperativa, contribuindo para agregar valor ao produto para os cooperados. Galinari enfatizou que a busca pela melhor remuneração visa beneficiar os produtores, e a verticalização é uma estratégia para agregar valor ao produto básico.

O valor do investimento será divulgado durante a assembleia, que ocorrerá na próxima semana. Galinari informou: "Vamos ter a assembleia para aprovação dos investimentos do triênio 2024 a 2026 no dia 13 de dezembro, e estes investimentos vão contemplar, se aprovados e devem ser, uma indústria de etanol de milho".

A Coamo, com sede em Campo Mourão (Paraná) e operações em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, projeta encerrar 2023 com uma receita entre R$ 30 bilhões e R$ 31 bilhões, representando um aumento de mais de 10% em relação a 2022. O presidente lembrou que os resultados do ano passado foram impactados pela quebra de safra.

Para a safra de soja 2023/24, a Coamo enfrenta desafios climáticos, incluindo excesso de chuvas e falta delas para plantio em algumas áreas. Apesar desses desafios, Galinari afirmou que as lavouras estão "boas" de forma geral.

Ele expressou otimismo em relação à safra, mencionando: "Algumas regiões estão um pouco atrasadas, em outras estão excelentes, na região oeste do Paraná está excelente. Em Mato Grosso do Sul algumas regiões sentiram a falta de chuvas, teve um pouco de atraso, em áreas pequenas tiveram replantios, mas voltou a chover bem e a soja tem recuperado bem".

Galinari acrescentou que a expectativa é de uma safra positiva, embora seja cedo para determinar a extensão da redução na área de plantio de milho na segunda safra, devido ao atraso ocorrido na soja.

Atualmente, a Coamo projeta estabilidade na safra de grãos 2023/24 em comparação ao ciclo anterior (2022/23), que foi recorde.

Após colher um grande volume na temporada 2022/23, a Coamo está expandindo as exportações em 2023. Os embarques para o exterior de grãos, farelos e alguns volumes de óleo somam 4,3 milhões de toneladas até o momento, mais que o dobro de 2022, quando a safra de soja sofreu com a seca.

Galinari destacou que a Coamo aumentou as exportações de grãos para seis portos em 2023 para lidar com os gargalos logísticos em Paranaguá, o importante porto do Paraná cuja capacidade tem crescido menos que a safra.

A expectativa da Coamo é fechar 2023 com recebimento de cerca de 6 milhões de toneladas de soja, quase o dobro das 3,3 milhões de toneladas em 2022. Os recebimentos de milho estão estimados em 3,34 milhões de toneladas em 2023, um volume próximo ao registrado em 2022. No trigo, a cooperativa espera receber 730 mil toneladas neste ano, em comparação com cerca de 600 mil toneladas no ano passado.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias