Milho e Sorgo

Aumento da pressão de lagartas resulta em elevação significativa no uso de inseticidas

Consultoria aponta resistência crescente das pragas e a necessidade de manejo integrado


Publicado em: 28/10/2024 às 07:30hs

Aumento da pressão de lagartas resulta em elevação significativa no uso de inseticidas

Uma pesquisa realizada pela consultoria Kynetec revelou que a pressão exercida por lagartas na cultura do milho safrinha em 2024 resultou em um aumento de 38% na área tratada com inseticidas, totalizando 22,5 milhões de hectares. Este crescimento, conforme a consultoria, é significativo, uma vez que não havia sido observado nos últimos três ciclos agrícolas. Em termos financeiros, o valor relacionado a esses tratamentos saltou de US$ 129 milhões em 2021 para US$ 198 milhões, representando uma alta de 54%.

De acordo com a Kynetec, a pesquisa recém-divulgada reflete a necessidade dos produtores em intensificar a aplicação de produtos para mitigar os danos causados pelas elevadas populações de lagartas, além de lidar com o crescente problema de resistência dessas pragas aos inseticidas químicos e às mais recentes biotecnologias.

Especialistas do setor destacam que a capacidade do Brasil de realizar duas ou até três safras por ano implica maiores custos para o manejo de lagartas. Esse cenário não apenas eleva a demanda por inseticidas, mas também acelera a resistência das pragas a produtos químicos e biotecnológicos.

Os chamados “pontes verdes” ou a disponibilidade contínua de alimentos para as pragas nas lavouras brasileiras contribuem para o aumento constante da pressão das lagartas a cada safra. Por exemplo, no Mapitobapa, o tratamento com lagarticidas cresceu 150% em 2024, passando de 2,1 milhões de hectares para 5,3 milhões de hectares, segundo a pesquisa da Kynetec Brasil.

Manejo integrado como solução

Pesquisadores recomendam que os produtores adotem um manejo mais eficaz das lagartas, integrando o uso de inseticidas químicos e biológicos, incluindo bioinseticidas à base de baculovírus. “A biotecnologia não tem conseguido garantir o controle total das infestações”, afirma Pedro Marcellino, diretor de marketing da AgBiTech, uma empresa líder em bioinseticidas.

Ele observa que, na ausência de inovações significativas em biotecnologias ou novas moléculas químicas no curto prazo, será essencial maximizar o uso das ferramentas já disponíveis no país. Os biológicos, quando aplicados isoladamente ou em combinação com inseticidas químicos, tornaram-se fundamentais para que os produtores de milho mitiguem os danos causados pelas lagartas.

Uma notícia positiva, segundo Marcellino, é que houve um aumento substancial na adesão a produtos biológicos por parte dos produtores na última safra. A AgBiTech, que opera no Brasil há sete safras, registrou um aumento de 53% nas vendas de seu bioinseticida Cartugen®, que é referência no controle da Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho) no milho.

Fonte: Portal do Agronegócio

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