Publicado em: 16/01/2014 às 12:15hs
Mesmo estando praticamente às vésperas do plantio, muitos produtores ainda não tomaram a decisão de como será a sua safrinha, se vão plantar ou não o cereal, de quanto será a redução espacial da cultura e o principal, como será aplicada a tecnologia de produção. As incertezas refletem o mercado da commodity que até o momento não apresenta preços atrativos e em alguns casos, nem valores que garantam ao menos o custo de produção.
Conforme apurou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), essa indefinição reflete exatamente os baixos preços oferecidos aos produtos, que, aliados aos altos custos de produção, não proporcionam renda à cultura do cereal. “Em virtude desta indefinição, somada aos baixos preços, praticamente ainda não foram realizadas grandes negociações de milho futuro para a safra 2013/14” e movimentação para compra de insumos, como sementes, ainda está em curso no Estado.
Os analistas do Imea projetam uma segunda safra menor em relação ao ano passado, quando Mato Grosso, somente com a produção da segunda safra ofertou a maior quantidade de milho no país e passou a ser também, o maior do Brasil nesta cultura. Depois dos recordes de 3,70 milhões de hectares (ha) e volume de 22,53 milhões de toneladas (t), em 2014 as projeções apontam 3,24 milhões ha e 17,07 milhões/t, reduções de 12,26% e 24,22%, respectivamente.
BOM AVANÇO – Se a safra 2014 do milho ainda adormece, a 2013 segue movimentando o mercado. A comercialização do milho segunda safra, em Mato Grosso, apresentou expressiva movimentação, com uma evolução no mês de dezembro de 2013 de 7 pontos percentuais (p.p.), chegando a 89,9% das 22,5 milhões/t colhidas. “Restam ainda 2,27 milhões/t para serem comercializadas no Estado. Porém, mesmo com essa boa evolução, a comercialização desta safra ainda está atrasada em 4,2 p.p., em relação à anterior”, aponta o Imea. A região mais avançada é a norte, com 98% e a mais atrasada é a sudeste, com 88% do cereal comprometido.
No mês de dezembro de 2013, os produtores tiveram o melhor preço oferecido ao milho desde agosto de 2013, com média de R$ 13,64/saca, o que gerou uma boa comercialização neste mês. Já o preço ponderado pela comercialização até o momento é de R$ 14,33/saca no Estado. MERCADO INTERNO - Durante a segunda semana de janeiro o preço do milho em Mato Grosso registrou uma média semanal de R$ 15,25/sc, um aumento de 8,8% se comparado a última semana de 2013. Os municípios que apresentaram maiores cotações foram Rondonópolis, que fechou a semana a R$ 180/sc, seguido por Campo Verde, a R$ 17/sc. Tangará da Serra obteve a menor média nas cotações do Estado, encerrando a semana a R$ 12/sc.
“Com quase 90% da safra de milho já comercializada em Mato Grosso, o preço do cereal vem apresentando elevação em suas cotações. Com a expectativa de queda na produção 2013/14 espera-se que os preços se sustentem aos patamares atuais. A divulgação do relatório do USDA na sexta-feira passada, que reduziu a produção do grão norte-americano, pode refletir em alta nas cotações em Mato Grosso” e fazer com que alguns produtores revisem ou tracem sua estratégia.
EXPORTAÇÃO - De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 3 milhões de toneladas de milho em dezembro de 2013, gerando uma receita de US$ 300 milhões. O ano de 2013 se encerra com um acumulado no volume nacional embarcado de 26,6 milhões de toneladas, 34% acima da participação no mesmo período de 2012. Já a receita gerada foi de US$ 6,3 bilhões, apenas 17% maior que a do ano passado. O valor médio pago pela tonelada de milho em 2013 ficou em US$ 236,7, valor 13% menor que o do ano de 2012. No mês de outubro o Brasil teve a maior exportação do ano, com quase 4 milhões de toneladas exportadas. Já a maior receita foi em janeiro, quando a receita total ficou em US$ 960 milhões, devido aos bons preços ganhos nesse mês, visto que o milho ainda estava muito valorizado, refletindo a quebra de safra nos Estados Unidos no ano de 2012.
Fonte: Diário de Cuiabá
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