Publicado em: 07/05/2019 às 10:21hs
Os preços internacionais do milho futuro registraram grandes quedas na última segunda-feira. Após esse dia bastante conturbado, a Bolsa de Chicago (CBOT) opera com estabilidade e leves ganhos nessa terça-feira (07), com as principais cotações apresentando valorizações entre 0,25 e 0,75 ponto por volta das 09h00 (horário de Brasília). O vencimento maio/19 era cotado à US$ 3,55, o julho/19 valia US$ 3,65 e o setembro/19 era negociado por US$ 3,72.
O mercado de ontem ficou marcado pela repercussão das postagens feitas pelo presidente americano Donald Trump que disse que as tarifas de US $ 200 bilhões em bens chineses aumentariam de 10% para 25% na próxima sexta-feira, com novas penalidades também impostas, porque a China estava arrastando seus pés nas negociações.
Porém, a divulgação do novo reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), realizado no final da tarde de segunda-feira, mostrou que o plantio já foi concluído em 23% da área, com um avanço de 8 pontos percentuais em relação à semana anterior. O mercado esperava algo entre 23% e 30%. Em 2018, neste mesmo período, o total era de 36% e a média plurianual, ainda segundo o USDA, é de 46%.
Esse avanço na semeadura americana deu sustentação às cotações para permanecerem estáveis, mas ainda no lado positivo da balança nesse início de dia.
Confira como fechou o mercado na última segunda-feira:
Trump e avanço do plantio americano pressionam cotações do milho em Chicago nesta 2ª-feira
A segunda-feira (06) chega ao final com grandes quedas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram desvalorizações entre 5,50 e 7,25 pontos negativos.
O vencimento maio/19 foi cotado à US$ 3,55, o julho/19 valeu US$ 3,64 e o setembro/19 foi negociado por US$ 3,71.
As informações da Agência Reuters dão conta de que os futuros de milho em julho caíram abaixo das médias móveis de 10 dias, 20 dias e 30 dias.
Segundo análise de Ben Potter da Farm Futures, a incerteza sobre as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China e a expectativas de que o progresso do plantio da primavera americana esteja finalmente ganhando algum impulso foram as responsáveis por manter as cotações do milho em baixa.
“Os preços do milho tiveram uma certa repercussão da soja na segunda-feira e estão lutando contra ventos contrários de um aumento no progresso do plantio”, pontua Potter.
De acordo com o levantamento Feedback The Feed, os agricultores americanos plantaram em média, na semana passada, 13% a mais de sua safra de milho, e 3% a mais de soja. Se esses ganhos aparecerem no relatório de progresso de safra do USDA, o plantio de milho em todo o país pode avançar para 28%, em comparação com a taxa média para esta semana de 47%.
“Antes do relatório de progresso da colheita do USDA, um grupo de analistas espera que a agência relate o progresso do plantio de milho em 25%, acima dos 15% da semana passada”, aponta Potter.
No último domingo, Trump disse que as tarifas de US $ 200 bilhões em bens chineses aumentariam de 10% para 25% na sexta-feira, com novas penalidades também impostas, porque a China estava arrastando seus pés nas negociações. As conversações foram marcadas para retomar esta semana em Washington depois do que parecia ser um progresso quando os dois lados se encontraram em Pequim na semana passada. Trump reafirmou sua posição nesta manhã em novos comentários no Twitter.
Mercado Interno
Já no mercado interno, os preços do milho disponível permaneceram sem movimentações em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as desvalorizações apareceram somente nas praças de Palma Sola/SC (1,72% e preço de R$ 28,50), Dourados/MS (1,89% e preço de R$ 26,00), Porto Paranaguá/PR (3,23% e preço de R$ 30,00) e Rondonópolis/MT (8% e preço de R$ 23,00).
Não foram percebidas valorizações nessa segunda-feira.
A XP Investimentos destaca que o mercado físico de milho, pela 5ª semana consecutiva, opera em baixa. A amostra da XP Investimentos tem média em R$ 32,88/sc, queda de R$ 0,40/sc no dia.
“O cenário externo que já era baixista por conta dos estoques elevados, superproduções e baixa demanda para rações, ficou ainda mais pressionado com as declarações do presidente Donald Trump. Localmente, a pressão é reforçada pelos estoques são robustos e pela desova de milho tributado, originário do Centro-Oeste e de Minas Gerais”, dizem os analistas.
Nos campos brasileiros, o bom volume de chuvas conduz um desenvolvimento das lavouras de inverno animador e os números finais de safra devem ficar próximos aos maiores da história.
Fonte: Notícias Agrícolas
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