Publicado em: 04/11/2024 às 20:00hs
O mercado interno de milho tem registrado significativa valorização nos últimos meses, impulsionado por fatores como a elevação dos preços em Chicago e a desvalorização do real, segundo relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA. O documento analisa os elementos que contribuíram para o aumento e aponta fatores que podem limitar a continuidade desse movimento, oferecendo também uma estratégia de comercialização do grão, proposta pela Mesa Agro do Itaú BBA, para gestão de riscos no atual cenário.
O preço do milho no Brasil teve uma alta expressiva, em parte devido ao fortalecimento das cotações no mercado de Chicago e ao câmbio desfavorável. Além disso, preocupações quanto à área plantada na primeira safra e o atraso no plantio da soja – que interfere no calendário da segunda safra do milho – também contribuíram para a elevação dos preços no mercado interno.
Apesar disso, as previsões climáticas indicam boas chuvas nas próximas semanas, o que poderá acelerar o plantio e reduzir as incertezas sobre a segunda safra. Outro fator relevante é o ritmo lento de comercialização do cereal das safras 2023/24 e 2024/25, que está abaixo da média histórica. Com a entrada da safra de soja, o escoamento do milho armazenado nos silos poderá exercer pressão sobre os preços futuramente.
Diante do cenário atual de preços elevados, o Itaú BBA recomenda que produtores considerem estratégias para proteger suas margens, uma vez que a alta pode ser temporária. Com o avanço do plantio, a confirmação de um bom regime de chuvas poderia dissipar as incertezas sobre a segunda safra, o que, por sua vez, pode afetar a sustentação dos preços.
Outro ponto a ser considerado é a relação de troca entre milho e fertilizantes, que se encontra favorável ao grão, representando um incentivo adicional ao cultivo da safrinha, especialmente com a regularização do plantio da soja.
A Mesa Agro do Itaú BBA sugere o uso de ferramentas de proteção para minimizar os riscos de queda nos preços. A "opção de venda" é uma dessas alternativas, permitindo ao produtor se proteger contra reduções de preços, enquanto mantém a possibilidade de lucrar com novas altas.
Atualmente, a volatilidade do preço do milho está baixa em relação à média histórica, o que torna essa estratégia mais acessível. Um exemplo é a opção de venda para março de 2025, que oferece proteção para um preço mínimo de R$72 por saca, ao custo de R$1,80 por saca, com base na cotação de vencimento da B3 para o período.
Essa estratégia também inclui o armazenamento do produto para busca de uma melhor valorização futura. De acordo com dados históricos, o basis – diferença entre o preço local e o de referência – tende a se valorizar na entressafra, especialmente entre os meses de setembro e março, conforme mostrado em gráficos da região de Sorriso-MT.
O atual movimento de alta no mercado de milho é favorecido por uma combinação de fatores internacionais e domésticos, incluindo câmbio, clima e calendário agrícola. Para os produtores, estratégias de proteção, como as oferecidas pelo Itaú BBA, são fundamentais para garantir segurança financeira em um mercado volátil e altamente influenciado por condições climáticas e externas.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias