Publicado em: 24/09/2025 às 11:15hs
Os consumidores do Sudeste pagaram menos por diversos alimentos em agosto. Segundo o levantamento “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, realizado pela Neogrid, produtos que antes tinham forte destinação ao mercado externo registraram queda no valor médio após a aplicação de tarifas pelos Estados Unidos.
Os legumes apresentaram a maior retração, com baixa de 6,7%, influenciada por melhores condições climáticas e maior oferta. Entre os itens de origem animal, a carne bovina caiu de R$ 38,07 em julho para R$ 36,77 em agosto, recuo de 3,4%. A carne suína também recuou, de R$ 19,45 para R$ 18,87 (-3%). Já os ovos tiveram queda de 4% no preço médio, enquanto a farinha de mandioca registrou retração de 2,5%.
De acordo com Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos da Neogrid, o aumento da taxação de importados pelos EUA foi decisivo.
“Como os Estados Unidos são grandes compradores de carnes e derivados de soja, o ‘tarifaço’ reduziu o volume exportado, elevando a oferta interna e pressionando os preços para baixo nessas categorias”, explica.
A especialista ressalta que o efeito vai além da balança comercial, refletindo diretamente no orçamento das famílias brasileiras. Para os próximos meses, a expectativa é de estabilidade nos preços, em linha com uma inflação mais controlada, embora fatores como safra, logística e câmbio ainda possam influenciar.
Apesar das quedas, algumas categorias apresentaram alta em agosto. O creme dental subiu 1,9%, seguido por margarina (1,7%), óleo de soja (1,6%) e sal (1,6%). Entre os itens de lazer e bebidas, a cerveja registrou avanço de 1,2%.
No período de dezembro de 2024 a agosto de 2025, o café se mantém como o produto com maior alta. O preço médio por quilo chegou a R$ 73,75, o que representa uma variação de 37,6% no período. Outros itens também tiveram aumento, como margarina (6,3%), creme dental (5,7%), pão (2,1%) e refrigerantes (1,3%).
No Sudeste, os maiores aumentos em julho foram registrados em creme dental (1,5%), óleo de soja (1,5%), margarina (0,6%), sal (0,6%) e pão (0,5%). Já as maiores quedas ocorreram em legumes (-5,7%), carne bovina (-5%), arroz (-3,5%), feijão (-3,4%) e frango (-3,1%).
Fonte: Portal do Agronegócio
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