Publicado em: 08/09/2025 às 12:00hs
O suco de uva produzido no Rio Grande do Sul recebeu destaque internacional e está ganhando espaço no mercado nacional, segundo especialistas reunidos em painel realizado na quarta-feira (4/09) no Pavilhão Internacional da Expointer, em Esteio. O encontro contou com representantes do Laboratório de Referência Enológica (Laren/Seapi), da Embrapa Uva e Vinho, da Seapi e do Instituto Consevitis-RS.
A pesquisadora Fernanda Spinelli, do Laren/Seapi, explicou que o Brasil conseguiu ajustar os padrões internacionais de suco de uva junto à Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV). Antes, o padrão mínimo de sólidos solúveis era de 16 Brix, medida de concentração de açúcares, o que não contemplava a realidade brasileira.
"No Brasil, nossas uvas, da espécie Vitis ofusca, atingem cerca de 14 Brix devido às características de clima e solo. Por meio de estudos técnicos e diplomacia, conseguimos reduzir o padrão no Codex Alimentarius, tornando-o mais inclusivo", afirmou Spinelli. Ela destacou que 50% da produção de uva no Rio Grande do Sul é voltada para suco.
O Codex Alimentarius é um conjunto de normas internacionais criado pela FAO e OMS para garantir a qualidade e segurança dos alimentos e facilitar o comércio global.
Durante o painel, Henrique Pessoa dos Santos, da Embrapa Uva e Vinho, ressaltou os esforços de pesquisa voltados ao melhoramento de cultivares tradicionais, como Isabel, Niagara e Bordô. "Desde 1987, a Embrapa desenvolve programas de melhoramento que fortalecem a vitivinicultura da região sul", afirmou.
O Consevitis-RS está investindo em campanhas de marketing para aumentar o consumo do suco gaúcho no Brasil. Segundo Cristina Carniel, diretora de marketing da instituição, a iniciativa inclui até mascotes e busca atrair consumidores de outras regiões, especialmente do Sudeste.
"O suco de uva é um produto único e de grande importância para a cadeia produtiva do Rio Grande do Sul. Nosso objetivo é ampliar o consumo nacional e apresentar a qualidade do suco gaúcho a novos públicos", explicou.
O diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV/Seapi), Ricardo Felicetti, destacou que o reconhecimento internacional e as ações de expansão refletem o amadurecimento do setor. "O trabalho integrado entre pesquisadores, empresários e produtores demonstra o profissionalismo e o potencial para conquistar novos mercados e públicos", afirmou.
Fonte: Portal do Agronegócio
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