Publicado em: 13/08/2014 às 12:40hs
Um novo ânimo para os produtores de cacau do Espírito Santo. Essa é a definição dos participantes do I Simpósio da Cacauicultura Capixaba realizado no município de Linhares, norte do Estado, nos dias 07 e 08 de agosto. Mais de 300 pessoas entre agricultores, técnicos e estudantes estiveram presentes nos dois dias do evento dividido em abordagem teórica, no auditório da Universidade Aberta do Brasil (UAB), e prática em visitas técnicas a propriedades referências da região.
A abertura oficial contou com a presença do diretor geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Helinton José Rocha; do superintendente federal da agricultura (SFA-ES/MAPA), José Arnaldo Alencar; do secretário de agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli; do prefeito de Linhares, Nozinho Correia; além de outras lideranças estaduais e municipais.
De acordo com o presidente da Associação dos Cacauicultores de Linhares (Acal), Maurício Buffon, membro da Comissão Organizadora, o Simpósio foi um marco na história do setor cacaueiro estadual. “Estamos vivendo uma nova fase na atividade, um momento de transição no modelo de produção do cacau com os produtores de profissionalizando para diminuir os riscos. O mercado é promissor e o evento veio para contribuir neste processo. Tenho certeza que, após as abordagens realizadas, o produtor vai refletir nas próximas ações em sua propriedade. Estará mais cuidadoso e ciente das demandas dentro e fora da porteira”, destacou Buffon.
No Dia de Campo realizado no segundo dia do evento, os cacauicultores puderam conhecer um viveiro, na Fazenda São Luiz, com mudas geneticamente melhoradas e tolerantes a vassoura de bruxa, fator essencial no trabalho de renovação das lavouras regionais. “É necessário que renovemos as plantações. A Ceplac possui seis clones indicados para o trabalho de renovação dos cacauais com substituição das plantas velhas e doentes por materiais novos, que são produtivos e tolerantes à doença. Nossa expectativa é que nos próximos cinco anos possamos dobrar a produção atual chegando a 10.000 toneladas”, afirmou Elpídio Francisco Neto, gerente da Ceplac no Espírito Santo.
As dificuldades e também os exemplos bem sucedidos foram apresentados no Simpósio. O engenheiro agrônomo, Paulo Sérgio Ribeiro, da Fazenda Reunida Vale do Juliana, em Igrapiuná, na Bahia, mostrou o trabalho realizado na propriedade com 525 hectares de cacau, que desde 2007 possui certificado internacional de produção sustentável e alcançou resultados positivos na atividade, cultivando cacau com técnicas recomendadas e diversificando a produção.
Essa também foi a conduta do produtor de cacau, Emir de Macedo Gomes Filho, da Fazenda São Luiz, em Linhares, que atualmente conta com mais de 60 mil pés de cacau renovados. Adotando técnicas modernas de produção há vários anos em sua propriedade, mesmo convivendo com a vassoura-de-bruxa, doença que afeta gravemente a atividade, o produtor conseguiu alcançar bons resultados. “Iniciei o trabalho de renovação aos poucos, em 1999, utilizando novos materiais genéticos. Além dos clones, realizamos colheita seletiva dos frutos maduros, a quebra e o transporte da fruta para o cocho no mesmo dia e a fermentação e secagem correta. Tudo para contribuir com a produção de um cacau de qualidade”, salientou o cacauicultor Emir Filho.
O I Simpósio da Cacauicultura Capixaba foi realizado pela Associação dos Cacauicultores de Linhares (Acal), Associação de Produtores Rurais de Perobas, Bananal do Sul e adjacências (Apropeba) e Cooperativa dos Cacauicultores do Espírito Santo (Coopercau) com a colaboração da Gerência da Ceplac no Espírito Santo (Geres/Ceplac), da Superintendência Federal da Agricultura no Espírito Santo (SFA-ES/MAPA), do Governo do Estado do Espírito Santo através da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e o apoio da OCB/ES, AMUNES, Secretaria de Agricultura de Linhares, Fazenda São Luis, MVC – Agronegócios, Nestlé Cocoa Plan, Fertilizantes Heringer, e Sistema FAES/SENAR/SRL.
Fonte: Campo Vivo Comunicações
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