Publicado em: 26/08/2013 às 09:20hs
O melhoramento genético para obtenção de novas cultivares de frutas aumentou a produtividade, a qualidade e adaptação de diferentes espécies frutíferas no país. A cultura do pessegueiro é uma delas. Através de estudos realizados pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS, a Metade Sul do estado do Rio Grande do Sul tornou-se a maior produtora da fruta de caroço no Brasil. Entre dezenas de cultivares já lançadas, quatro delas - BRS Kampai, BRS Regalo, BRS Fascínio e BRS Rubimel - estarão sendo apresentadas pela unidade de pesquisa, na Expointer 2013.
A variedade Kampai, lançada em 2009, originária de hibridação controlada e realizada entre as cultivares Chimarrita e Flordaprince, tem como característica o bom sabor das frutas mesmo com a precocidade de maturação. "Esse é um diferencial da cultivar", disse a pesquisadora responsável, Maria do Carmo Bassols Raseira. A película tem cor de fundo creme esverdeada, com coloração vermelha, que pode cobrir 50% a 80% da área. Esta é a primeira cultivar de pêssego a receber a certificação de proteção no Brasil. A cultivar foi testada em uma rede nacional de validação em produtores do Sul e Sudeste brasileiro. Destacam-se, além de Pelotas/RS, nos municípios de Atibaia e Jarinu/SP e Tenda Nova do Imigrante/ES.
A cultivar Regalo produz frutas de forma redonda-cônica e cujo diâmetro tem variado, ao longo de vários anos de observação, entre 5 a 7 cm. A polpa é branca, com caroço vermelho, aderente ou quando bem maduras, semiaderente. O caroço é praticamente sem ponta, mas se tiver é pequena. A polpa é doce com baixa acidez, suculenta, a firmeza é média, a película é branco-creme, podendo ter um esverdeado no fundo. Caracteriza-se pelo amadurecimento ao final da cultivar Chimarrita. Esta cultivar tem boa estabilidade em produção. Adapta-se melhor a áreas com acúmulo de frio, igual ou maior que 300 horas.
Já a BRS Rubimel tem um fruto apreciado pelo consumidor, com ótima aparência e com boa cor de película, polpa amarela, bom sabor e baixa acidez.
A variedade Fascínio foi a última variedade lançada, originária de cruzamento realizado em 1993. Em 1996, foi realizada a primeira seleção e coletadas sementes deste cruzamento, sendo as plantas delas obtidas, levadas a campo, em 1997. Foi desenvolvida com o objetivo de competir com as frutas importadas, por ter frutos grandes, firmes e polpa branca e esverdeada com traços de creme sabor doce com baixa acidez e maturação ao final da cultivar Chimarrita.
Não existem dados sobre produção total. A produtividade (produção por área) varia com o tipo de solo, região e principalmente, com o manejo da planta e do pomar, e logicamente com a idade do pomar. "Pode variar de oito toneladas nos pomares mais jovens e/ou em solos pobres a mais de 20 ton/ha em pomares com mais de três anos de idade e localizados em solos profundos e férteis", explicou.
Segundo a pesquisadora, as reservas em quatro viveiros licenciados são em torno de 20 mil plantas de BRS Fascínio, 8 mil de BRS Regalo, 15 mil da BRS Kampai, o que representa mais de 30 mil plantas de BRS Kampai, comercializadas em 2012, mais ou menos 0,4% da área total, hoje no Brasil, dedicado à cultura de pessegueiros.
Os interessados em conhecer mais sobre as características, adaptação e produção das cultivares de pêssego, podem encaminhar-se ao espaço Caminhos da Integração, no estande da Emater/RS-Ascar, localizado na Quadra 37, do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, de 24 de agosto a 1º de setembro.
Fonte: Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar
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