Publicado em: 12/12/2024 às 09:00hs
A pecanicultura brasileira encerra o ano com uma conquista significativa: o Ministério da Agricultura e Pecuária autorizou o uso de 25 produtos fitossanitários para o manejo de pomares de noz-pecã. A liberação, publicada no Diário Oficial da União, é resultado de esforços iniciados em 2018 e atende uma antiga demanda do setor.
Segundo o pesquisador Carlos Martins, da Embrapa, os novos registros abrangem nove fungicidas, três inseticidas, um bactericida fungicida, quatro acaricida inseticidas e nove herbicidas. Esses produtos foram incluídos no Agrofit, sistema do Ministério da Agricultura que regula o uso de defensivos agrícolas. “Agora, temos em torno de 25 produtos biológicos e químicos que podem ser recomendados por engenheiros agrônomos e técnicos habilitados para o controle de pragas e doenças nos pomares”, explicou Martins.
Até 2018, a nogueira-pecã não era reconhecida pelo Ministério como uma cultura com defensivos registrados. Essa limitação dificultava o manejo fitossanitário e impactava a produtividade. A situação começou a mudar com uma ação conjunta entre a Embrapa, o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), a Câmara Setorial da Nogueira-Pecã e o programa Pró-Pecã, do governo estadual do Rio Grande do Sul.
Essas entidades formalizaram a inclusão da nogueira-pecã no grupo das Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente (Minor Crops), permitindo que empresas registrassem extensões de uso para produtos específicos.
“A mobilização da cadeia produtiva foi fundamental para esse avanço. Hoje, temos ferramentas para lidar com distúrbios biológicos que afetam os pomares, o que representa um marco para a pecanicultura brasileira”, destacou Martins.
Eduardo Basso, presidente do IBPecan, comemorou a conquista e reforçou seu impacto na produtividade do setor. “Essa é uma demanda antiga. Com esses recursos, os técnicos terão mais condições de melhorar os resultados nos pomares. Esperamos que, a curto prazo, todos os produtores do Brasil percebam os benefícios”, afirmou Basso.
Ele também destacou a necessidade de aumentar a produtividade média por hectare. Atualmente, o índice varia entre 800 e 1.000 quilos, mas a meta é alcançar de 1.500 a 2.000 quilos por hectare.
Com o acesso a novas tecnologias e produtos, a pecanicultura brasileira se posiciona para um crescimento expressivo, fortalecendo sua competitividade no mercado nacional e internacional. A medida representa não apenas uma vitória para os produtores, mas também um impulso para a cadeia produtiva como um todo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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