Publicado em: 19/12/2025 às 11:15hs
O tomate apresentou forte retração de preços nos principais mercados atacadistas do país em novembro. Segundo o 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (18) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o recuo médio ponderado foi de 26,15%.
A queda está associada ao aumento da oferta nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), resultado da maturação mais rápida dos frutos devido às temperaturas mais elevadas. O movimento também repercutiu no varejo, conforme dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada pela Conab em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A cenoura registrou redução média de 9,68% nos preços em novembro, em relação a outubro. Na Ceagesp, o recuo chegou a 21,15%, o maior entre os entrepostos analisados, mesmo com menor oferta do produto.
A batata também apresentou queda, embora mais moderada — 2,37% em média. Apesar da leve variação mensal, o preço em novembro ficou 51,3% abaixo do registrado no mesmo período de 2024. A Conab destaca que essa época do ano marca a transição entre a safra de inverno e o início da safra das águas, o que influencia a oferta e os preços.
Diferente dos demais hortifrutis, a alface voltou a subir após um período de recuo, com aumento médio de 3,36%, devido à menor disponibilidade da folhosa nas Ceasas.
A cebola também teve elevação, de 8,79% na média ponderada, movimento considerado sazonal para novembro, mês que marca a mudança no eixo de produção e fornecimento do bulbo.
Os preços das frutas analisadas mostraram pequenas variações no mês. A banana teve leve retração de 0,13%, a maçã caiu 0,82% e a laranja, 1,10%.
No caso da banana, a Conab observou redução da oferta, especialmente das variedades nanica, do Vale do Ribeira (SP), e prata, do norte de Minas Gerais, além de fortes oscilações na demanda.
A maçã registrou quedas nas primeiras semanas de novembro, seguidas por leve alta no fim do mês, impulsionada pela diminuição dos estoques da variedade gala. Já a laranja sofreu influência da queda dos preços na indústria, em função da demanda externa enfraquecida e da cautela das empresas na assinatura de novos contratos com produtores.
Entre as frutas analisadas, mamão e melancia apresentaram aumento nas cotações. O mamão subiu 6,55%, enquanto a melancia teve alta de 4,45%.
A Conab aponta que o encarecimento do mamão está ligado à menor oferta provocada por temperaturas mais baixas e chuvas intensas, que reduziram a produtividade. Já a melancia foi afetada pela queda na qualidade dos frutos vindos do sul da Bahia e do centro de São Paulo, o que também pressionou os preços.
De janeiro a novembro de 2024, o volume exportado de frutas e hortaliças alcançou 1,176 milhão de toneladas, um aumento de 23,22% em relação ao mesmo período de 2023. O faturamento totalizou US$ 1,4 bilhão (FOB), avanço de 9,23% sobre o resultado do ano anterior.
Os principais destinos das exportações foram países da Europa e da Ásia, que registraram boas compras ao longo da temporada.
O Boletim Prohort também destacou o Encontro Nacional das Centrais de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), no fim de novembro, em Florianópolis (SC).
O evento reuniu representantes das Ceasas para trocar experiências e discutir práticas de gestão, com foco em melhorar a eficiência operacional e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
Os dados do boletim da Conab foram coletados em entrepostos de São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, São José (SC), Goiânia, Recife, Fortaleza e Rio Branco, que concentram grande parte do comércio de hortigranjeiros no país.
O relatório completo com os detalhes da comercialização de frutas e hortaliças de novembro está disponível no 12º Boletim Hortigranjeiro 2025, no Portal da Conab.
Fonte: Portal do Agronegócio
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